ATA DA VIGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 30-3-2011.
Aos trinta dias do mês de março
do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze
minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli
Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Dr. Raul Torelly,
Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, Nelcir Tessaro, Nilo Santos,
Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso
Flecha Negra e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, a senhora
Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal,
Fernanda Melchionna, Luciano Marcantônio, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro
Zacher, Pedro Ruas e Reginaldo Pujol. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador
Aldacir José
Oliboni, os Projetos de Lei do Legislativo nos 016 e 017/11
(Processos nos 0695 e 0732/11, respectivamente); e pelo vereador
João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 028 e
030/11 (Processos nos 1045 e 1081/11, respectivamente). Também,
foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pela senhora Presidenta,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: nos
008/11 (Processo nº 1166/11), de autoria do vereador Beto Moesch, do dia de
amanhã ao dia três de abril do corrente, no 35ºCongresso da Sociedade de
Zoológicos do Brasil, no Município de Gramado – RS –; e 003/11, de autoria do
vereador Mauro Pinheiro, no dia de ontem, no Grande Expediente da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul em homenagem aos quarenta anos da
Associação Gaúcha de Supermercados, às quatorze horas, no Palácio Farroupilha,
em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Comunicados nos 290810,
290811, 290812, 290813, 290814, 290815, 290816, 290817, 290818, 290819, 290820,
290821, 290822, 290823 e 290824/11, do senhor Daniel Silva Balaban, Presidente
do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Durante a Sessão,
deixaram de ser votadas as Atas da Sétima, Oitava, Nona, Décima, Décima
Primeira, Décima Segunda, Décima Terceira, Décima Quarta, Décima Quinta, Décima
Sexta e Décima Sétima Sessões Ordinárias e da Quarta Sessão Extraordinária. A
seguir, por solicitação do vereador Adeli Sell, foi realizado um minuto de
silêncio em homenagem póstuma aos senhores José Alencar e Rudi Armin Petry, falecidos no dia de ontem,
tendo-se manifestado o vereador Tarciso Flecha Negra a respeito do falecimento
do senhor Rudi Armin Petry e os senhores Mauro Pinheiro, João Antonio Dib,
Airto Ferronato, Paulinho Rubem Berta, Luiz Braz, Tarciso Flecha Negra, Idenir
Cecchim, Elói Guimarães e Pedro Ruas a respeito do falecimento do senhor José
Alencar. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a vereadora Fernanda Melchionna
e os vereadores Airto Ferronato, Mario Fraga, Nilo Santos, Paulinho Rubem
Berta, Luiz Braz, Idenir Cecchim, Airto Ferronato, este pela oposição, João
Antonio Dib, Mauro Pinheiro e João Antonio Dib, este pelo Governo. Na
oportunidade, o vereador Pedro Ruas formulou Requerimento verbal, deferido pela
senhora Presidenta, solicitando contatos deste Legislativo com a Secretaria
Municipal de Obras e Viação, para encaminhamento de questões apresentadas pela
vereadora Fernanda Melchionna, em Comunicação de Líder, relativas às obras de
revitalização e restauração da Praça XV de Novembro, tendo-se manifestado a
respeito o vereador João Antonio Dib e a vereadora Fernanda Melchionna. Também, a senhora
Presidente parabenizou o vereador Airto Ferronato, pela publicação do livro “Gestão Contábil-Financeira de Micro e Pequenas Empresas:
Sobrevivência e Sustentabilidade”. Ainda, o vereador Pedro Ruas formulou Requerimento
verbal, indeferido pela senhora Presidenta, solicitando alteração na ordem
de apreciação da matéria constante da Ordem do Dia. Às quinze horas e quarenta
e seis minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA.
Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do
Executivo nº 029/10 (Processo nº 3242/10), em sua parte vetada, considerando-se
mantido o Veto Parcial oposto, por oito votos SIM e vinte votos NÃO, após ser
discutido pelos vereadores Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol, Alceu Brasinha, Beto
Moesch, João Antonio Dib, Mauro Pinheiro, Carlos Todeschini, Luiz Braz, Fernanda
Melchionna, Maria Celeste, Idenir Cecchim, Sebastião Melo e Adeli Sell e
encaminhado à votação pela vereadora Sofia Cavedon, tendo votado Sim os
vereadores Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Fernanda
Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas e Sofia Cavedon e Não os
vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago
Duarte, Elias Vidal, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mario Fraga, Mauro Zacher, Nelcir
Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Reginaldo Pujol, este com
Declaração de Voto, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença.
Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 029/10, o vereador
Nelcir Tessaro cedeu seu tempo de discussão ao vereador Alceu Brasinha. Em
prosseguimento, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Bernardino
Vendruscolo, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, nos
dias de hoje e amanhã. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 190/09 (Processo nº 4098/09), em sua parte
vetada, considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, por vinte votos NÃO e
seis ABSTENÇÕES, após ser discutido pelo vereador João Carlos Nedel, tendo
votado Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Dr. Raul Torelly, Dr.
Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Idenir Cecchim, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mario Fraga, Mario Manfro,
Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Sebastião
Melo, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença e optado pela Abstenção os vereadores
Aldacir José Oliboni, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Pedro
Ruas e Sofia Cavedon. A seguir, foi apregoado o Requerimento nº 015/11
(Processo nº 1257/11). Foi aprovado o Requerimento nº 015/11 (Processo nº
1257/11), após ser encaminhado à votação pela vereadora Fernanda Melchionna. Na
ocasião, em face de Questão de Ordem formulada pelo vereador Pedro Ruas, o
senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do encaminhamento à votação de
Requerimentos. Em Votação, foram aprovados os Requerimentos nos 009
e 010/11 (Processos nos 1005 e 1143/11, respectivamente). Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 021/10
(Processo nº 2731/10), após ser encaminhado à votação pelo vereador Sebastião
Melo. Às dezessete horas e trinta e cinco minutos, a senhora Presidenta
declarou encerrada a Ordem do Dia. Na ocasião, a senhora Presidenta apresentou
aos senhores vereadores pasta produzida por este Legislativo com o emblema da
Câmara Municipal de Porto Alegre, tendo-se manifestado a respeito o vereador
Nilo Santos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 002/11, discutido pelo vereador Dr.
Thiago Duarte; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos
019 e 024/10 e 003/11, os Projetos de Lei do Legislativo nos 011,
021, 024 e 026/11, os Projetos de Lei do Executivo nos 013 e 012/11,
este discutido pelos vereadores Dr. Raul Torelly e Dr. Thiago Duarte. Na
oportunidade, foram apregoados os seguintes Ofícios do senhor Prefeito: nos
267/11, encaminhando Relatório de Atividades e Balanço Geral da Prefeitura
Municipal, Balanços do Departamento Municipal de Água e Esgotos, do
Departamento Municipal de Habitação, do Departamento Municipal de Limpeza
Urbana, da Fundação
de Assistência Social e Cidadania, da Companhia de Processamento de Dados do Município de
Porto Alegre, da Companhia Carris Porto-Alegrense, da
Administração Centralizada, da Empresa Pública de Transportes e Circulação, do
Departamento Municipal
de Previdência dos Servidores do Município de Porto Alegre e da Empresa Porto-Alegrense de Turismo,
relativos ao exercício de dois mil e dez; e 312/11, encaminhando Mensagem
Retificativa ao Projeto de Lei do Executivo nº 005/10 (Processo nº 1186/10).
Durante a Sessão, os vereadores Adeli Sell, Pedro Ruas e Nilo Santos
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também, foi registrada a presença,
neste Plenário, do vereador Paulo César Rodrigues de
Souza, da Câmara Municipal de Encruzilhada do Sul – RS. Ainda, o senhor
Presidente registrou a presença, neste Legislativo, do procurador de justiça
Eduardo de Lima Veiga. Às dezessete horas e cinquenta e cinco minutos,
nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e
pelos vereadores Mario Manfro, Toni Proença e João Antonio Dib e secretariados
pelo vereador Toni Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora
Presidenta.
O SR. ADELI SELL: Srª Presidente, os
agentes da empresa Claro estão aqui no nosso plenário para fazer a averiguação
e as mudanças necessárias no modem
que é colocado nos nossos computadores. Então, o pessoal pode se dirigir ali,
para resolver isso. Depois, a nossa assessoria técnica estará distribuindo um
material para colocar nos pontos onde caem as ligações dos telefones. Estamos
fazendo este trabalho na tarde de hoje, para o que peço a colaboração dos 36
Vereadores, a fim de resolvermos, finalmente, este problema dos serviços da
Claro, prestados a esta Casa.
Sugiro que façamos um
minuto de silêncio pela morte do José Alencar, nosso ex-Vice-Presidente. Também
hoje, a família gremista perdeu uma grande figura, que é o Rudi Armin Petry, um
ilustre gaúcho. Então, uma homenagem ao José Alencar e ao Rudi Armin Petry.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Srª
Presidente, quero dizer que foi uma perda muito grande para o nosso futebol,
não digo só para o Grêmio, mas para o futebol gaúcho. Rudi Armin Petry foi meu
Diretor durante sete anos, com quem aprendi a ser um profissional. Então, é uma
perda lamentável, e acredito que os 36 Vereadores sentem esta perda. Mandamos
para as famílias os nossos pêsames.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver.
Tarciso, está registrada a sua observação.
Solicito ao Ver. Toni
Proença que faça a leitura das proposições apresentadas à Mesa.
O SR. 1º SECRETÁRIO (Toni Proença): (Lê as proposições apresentadas à
Mesa.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Toni Proença, 1º Secretário da Mesa
Diretora. Registro a presença, em nosso plenário, do Ver. Paulo César Rodrigues
de Souza, do PMDB, da Câmara de Vereadores de Encruzilhada do Sul. Seja
bem-vindo entre nós. (Palmas.)
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
nós já fizemos um minuto de silêncio e combinamos que eu franquearia dois
minutos para cada Bancada, se assim entenderem pertinente, manifestar-se em
relação ao falecimento do nosso muito querido Vice-Presidente por dois
mandatos, o político José Alencar. Nós queremos frisar que ele construiu um
grande respeito, enalteceu a política com sua postura ética, republicana. Ele
será, com certeza, contado, na história, como alguém que construiu uma
transição no Brasil, uma transição para o momento único que o Brasil vive,
independente dos debates políticos, um Brasil que cresce, um Brasil que inclui,
um Brasil que dialoga do operário ao empresário. Foi um empresário que deu a
mão ao operário Lula, que deu essa confiança, essa credibilidade para
conversar, dialogar e produzir política entre um operário e o empresariado
nacional. Certamente todos concordarão, mesmo a oposição, que o Brasil se
beneficiou muito com isso, uma vez que os números assim o dizem.
Ao lado disso, a figura humana, a figura guerreira,
o bonachão, o político sério que, apesar de estar muito embrenhado na questão
empresarial - o Ver. Mauro Pinheiro, que é do ramo empresarial sabe, como
outros aqui -, nunca usou esse espaço para benefício próprio. Ao contrário, fez
o debate dos juros no Brasil, da necessidade da Reforma Tributária, mantendo a
diferenciação entre o público e o privado. É uma grande lição, um grande
exemplo para o povo brasileiro.
Nós não nos afastamos de Porto Alegre para
acompanhar o velório e o enterro, mas sabemos que o Presidente da Assembleia
Legislativa e o nosso Governador estão lá. O Ver. Engenheiro Comassetto se
encontra em Brasília, no Encontro das Cidades, e está representando esta Casa,
então, nos encaminhamentos finais, no adeus ao nosso ex-Vice-Presidente.
Quero lembrar que pude presenciar, em duas ou três
ocasiões, em conferências nacionais, que o PT o considerava um militante
emérito do Partido dos Trabalhadores, mesmo ele tendo uma trajetória em outros
Partidos, do PMDB ao PRB. Quero também lembrar isso, Ver. Mauro Pinheiro.
Quero registrar que estamos acompanhando
atentamente a situação do Ver. DJ Cassiá, nosso Vice-Presidente, que, segundo
informações, sofreu um enfarte, mas está sendo atendido, e a situação está sob
controle.
O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, é com grande pesar que falo em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, dizendo que é uma grande perda para o
Brasil a morte de José Alencar, que foi nosso Vice-Presidente e, muitas vezes,
Presidente da República. Uma pessoa que saiu lá do interior de Minas Gerais e
que, aos 14 anos, já estava atrás de um balcão trabalhando. Pertencia a uma
família de 15 filhos; aos 18 anos, montou seu próprio negócio e foi, assim como
outros brasileiros, lutando e construindo um grande patrimônio, sendo seu o
comando de uma das maiores indústrias têxteis do Brasil. No ano de 1994, a
partir do seu trabalho na Federação das Indústrias, se candidatou a Governador
de Minas Gerais, mas não foi eleito. Em 1998, se elege Senador da República. Em
2002, o Partido dos Trabalhadores tem a grata satisfação de receber José Alencar
como candidato a Vice-Presidente da República, junto ao Presidente Lula.
Durante oito anos, tivemos o privilégio de ter José Alencar, junto ao
Presidente Lula, fazendo todas as mudanças. Todos nós sabemos quantas vezes o
Presidente Lula teve o seu apoio e do trabalho que ele fez pelo Brasil, sempre
lutando contra os juros, dizendo sempre que deveriam baixar. Como V. Exª já
falou, foi uma grande referência brasileira que, nos momentos mais difíceis,
esteve sempre ao lado do nosso Presidente Lula. Também foi também um grande
político - não só um grande empresário - que sempre trabalhou pelo povo
brasileiro e nunca utilizou, uma única vez sequer, o espaço de Vice-Presidente
para privilegiar as suas empresas ou para seu próprio bem. Então, é uma grande
perda para o Brasil, José Alencar, um homem que lutou muito. Sabemos o quanto
lutou, mesmo quando Vice-Presidente da República, contra a doença e acabou
tombando. É uma grande perda para o Partido dos Trabalhadores, para o povo
brasileiro, e tenho certeza de que, de onde ele estiver, estará junto conosco,
lutando por um Brasil melhor. Lamentamos a morte do nosso José Alencar, mas
sabemos que ele estará sempre junto conosco.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
meus senhores e minhas senhoras; quando eu penso na extraordinária figura de
José Alencar, eu, de forma nenhuma, me lembro do Vice-Presidente, do Senador,
ou do político, eu penso apenas no homem. No homem que lutou pela sua vida, que
valorizou a vida. Mas que, mesmo valorizando a vida, cuidando, com todo o
esforço, de preservar a sua vida, ele fazia uma declaração que deve calar,
profundamente, em todos os políticos, em todos os Partidos: ele não tinha medo
da morte, ele tinha medo da desonra. E isso é alguma coisa que os políticos
deveriam ter presente sempre: a honra está acima da própria vida. Esse foi o
exemplo maior que o nosso ex-Vice Presidente deixou para cada um de nós. Espero
que políticos e Partidos aproveitem muito bem esta lição: honra, honra e honra.
Saúde e PAZ!
O SR. AIRTO
FERRONATO: Srª Presidente, quero registrar que tive o grande prazer de conhecer o
Vice-Presidente José Alencar pessoalmente e, com ele, inclusive, participei de
reuniões em seu gabinete, no Palácio do Planalto. Sei da sua simpatia, da sua
cordialidade, compreendi a importância dessa figura ilustre no seio e no
contexto socioeconômico e político nacional. O Vice-Presidente José Alencar,
nosso Presidente, viveu uma bela história de vida e construiu uma bela carreira
enquanto cidadão e empresário, uma carreira pessoal e profissional. Ele
construiu também uma trajetória política com ética e dignidade, e essa ação,
essa forma de atuar, hoje, é reconhecida pelo povo brasileiro. Ele enfrentou a
doença, nesse longo período - agora, basicamente, no sentido daquilo que falou
o Ver. João Dib -, com muita coragem, com aquele sorriso largo, demonstrando
sua serenidade, sua fé, sua coragem. Então, nós, em meu nome e em nome do PSB,
estamos rendendo esta homenagem aqui, na Câmara, que é muito justa. E também
quero levar uma homenagem aos familiares do nosso Petry, que faleceu hoje.
Obrigado.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Srª Presidente, em nome do meu Partido, o PPS, em nome da Bancada do
PPS na Câmara de Vereadores - Toni Proença, Elias Vidal - e em nome da minha
família, quero dizer que a Nação brasileira amanheceu mais triste. A Nação
brasileira perdeu José Alencar, perdeu um homem de muita luta, de muita garra,
de muita fibra, um homem que deixou exemplos para o Brasil que nós devemos
seguir. Foi um homem que sempre lutou pelo social, sempre lutou pela queda dos
juros e, dessa forma, botou mais alimento na mesa do trabalhador. Ele sempre
preservou o trabalhador.
Quero dizer que nós nos sentimos tristes, mas, ao
mesmo tempo, felizes, pois sabemos que José Alencar foi para junto de Deus e,
de lá, estará olhando por nós e ajudando o Brasil a caminhar, cada vez mais,
para sua autossuficiência. Também quero deixar aqui a minha homenagem à família
do nosso grande desportista Petry. Nós queremos render nossas homenagens e
dizer que todos nós iremos caminhar para esse destino. Tomara Deus que cada um
de nós deixe um pouquinho do exemplo de José Alencar para o Brasil e para o
mundo. Obrigado.
O SR. LUIZ
BRAZ: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; é claro que, pelo estilo do Governo
que nós temos no Brasil, o José Alencar acabou contribuindo com as duas
eleições do ex-Presidente Lula, mas acabou, e não poderia ser diferente, tendo
muito pouco a ser lembrado como governante, porque, afinal de contas, ele
participou muito pouco do Governo. A única coisa que nós realmente temos que
exaltar do José Alencar, enquanto Governo, é que ele nunca escondeu que
gostaria de que os juros baixassem. Mas, infelizmente, nós vivemos no País dos
banqueiros, onde os banqueiros mandam, onde os banqueiros dão as cartas e onde
eu vejo que os políticos se regozijam porque o juro dos bancos é astronômico, o
lucro dos bancos é astronômico! Mas José Alencar era uma pessoa que se
contrapunha a isso, até porque ele era, na verdade, um homem de indústria, um
homem que precisava que os juros fossem mais baixos, para que ele pudesse
trabalhar melhor em suas indústrias. E ele via isso também para os outros,
queria que isso também acontecesse para os outros. Mas eu acredito que a
mensagem que o José Alencar mais deixa para o povo brasileiro é a do seu
otimismo, pois, mesmo estando à beira da morte, ele nunca deixou de sair das
crises cheio de otimismo. Então, realmente, um homem assim merece sempre ser
lembrado, e eu acredito que ele foi um dos pontos positivos daqueles oito anos
do Governo Lula.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Presidente, eu quero me retratar com a Bancada do PCdoB, com a Verª
Maristela Maffei, que solicitou que eu falasse em nome da Bancada do PCdoB, um
Partido que também tinha muita estima pelo nosso José Alencar. Vereadora,
perdão!
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Presidente, a Bancada do PDT também lamenta essa perda que teve o nosso
Brasil. O José Alencar era um homem guerreiro, que, de balconista, passou a
Vice-Presidente da República. E não era só isso: foi um grande empresário e
lutou por coisas boas para o nosso País. Então, eu tenho certeza de que o
Brasil está de luto por essa grande perda. Eu, particularmente, aprendi uma
coisa com esse cidadão lutador. Ele disse que não tinha medo da morte, mas que
tinha medo da desonra. Que coisa linda! Obrigado, Presidente.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Srª Presidente, Sofia Cavedon; eu entendo que o nosso Vice-Presidente
José Alencar deu uma grande mensagem para o pequeno, o médio e o grande
empresário brasileiro: que ele deve participar da política. José Alencar, um
grande empresário, deu a sua contribuição política ao País depois dos 60 anos
e, com a sua participação na política, mesmo que por poucos anos, ele
certamente vai incentivar a que mais empresários participem e não só critiquem.
José Alencar, de uma certa forma, foi o avalista político do Presidente Lula,
uma parte boa que ajudou o Presidente a fazer ou manter transformações que já
vinham sendo feitas, principalmente no sistema financeiro, e, como disse o Ver.
Luiz Braz, um combatente contumaz dos juros altos. Então, ao nosso José
Alencar, que, nas suas últimas entrevistas, disse que, se Deus quisesse a sua
morte é porque seria bom para ele. José Alencar, certamente, Deus te quis perto
dele.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Em nome da Bancada do PTB, Presidente Sofia, eu quero trazer aqui as
nossas homenagens póstumas a uma das grandes figuras da vida política e
empresarial brasileira, que enfeixava, na sua figura, a figura do político -
enquanto político, contribuiu significativamente para a imagem do político,
pela sua honradez – e a figura do empresário, desmistificando conceitos, muitas
vezes, inapropriados da classe empresarial brasileira. Fica o nosso registro, o
registro do Partido Trabalhista Brasileiro e da Bancada do PTB a essa figura
que, inclusive, teve papéis relevantíssimos que nós, aqui, não poderíamos
esgotar em pouco tempo, porque ele estabeleceu o equilíbrio. Vou repetir uma
analogia que achei extraordinária sobre o trabalho e o capital. Ele reuniu
exatamente essa grande concepção da contemporaneidade. A grande concepção da
contemporaneidade é exatamente a aliança entre o trabalho e o capital, e o
capital e o trabalho. E aí se construíram as democracias, exatamente em cima
desses pilares. Obrigado.
O SR. PEDRO
RUAS: Minha cara Presidente; em nome do PSOL, da nossa Bancada, eu e a Verª
Fernanda Melchionna queremos manifestar o nosso pesar pelo passamento do
ex-Vice-Presidente José Alencar. Isso tudo também teve um sentido profundamente
pedagógico para a sociedade brasileira. Por um lado, a determinação e a força
de vontade de uma pessoa realmente extraordinária e, por outro, Presidente, a
capacidade de alguém com recursos e poder de mobilizar a seu favor os melhores
avanços da medicina de que o País - e fora dele - poderia dispor. Nós ficamos
impactados com o fato de que condições tão grandes de avanço tecnológico na
área da Saúde, basicamente na medicina, puderam ser mobilizados nesse sentido,
e ainda bem que o foram. Foram utilizados por uma pessoa que, sem dúvida,
merecia, mas, do nosso ponto de vista, isso tem que servir para uma reflexão
profunda, porque esse acesso à medicina que teve o ex-Vice-Presidente, a
população brasileira, em geral, com certeza, não tem. Com certeza não tem! E nós
achamos que ele, que foi um grande brasileiro, não é maior do que outros tantos
que formam a nossa população como um todo. Por isso é importante que sirva de
reflexão. Tudo isso que possibilitou uma sobrevida de 13 anos a esse senhor
também deve estar à disposição da população brasileira - homens, mulheres,
todos - por igual, o tempo todo. Era esse o nosso registro. Obrigado,
Presidente.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Feito o registro. Fica a homenagem, portanto, desta
Casa, ao nosso ex-Vice-Presidente.
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; primeiro, quero
agradecer ao meu Líder, do PSOL, Ver. Pedro Ruas, que prontamente cedeu o tempo
de Liderança para um tema muito sério, tão sério que eu, inclusive, trouxe
fisicamente para socializar com os colegas Vereadores e Vereadoras o abandono
do Centro da cidade de Porto Alegre e a falta de fiscalização da Prefeitura.
Hoje ao meio-dia, eu estava na Ouvidoria dos Vereadores, quando uma senhora me
chamou a atenção para um problema que ocorria no Chalé da Praça XV, para onde
fui, prontamente, com ela para assistir. Vocês imaginem que naquela obra, ao
lado do Chalé, de revitalização e restauração da Praça XV, a empresa
terceirizada, ontem à noite, desmontou o tapume e deixou centenas de pedaços de
madeira repletos de pregos enferrujados, no Centro da Capital, sem nenhum
cercado, ou aviso, ou trabalhador retirando e sem nenhuma fiscalização da SMOV!
Centenas, Ver. Pedro Ruas, desses pedaços de madeira com pregos completamente
enferrujados! (Mostra material retirado do local.) Fiquei minutos acompanhando
a circulação das crianças, das senhoras, dos pedestres desatentos, falando ao
celular, em meio a esse material que, fincado no pé de qualquer porto-alegrense
ou cidadão que venha visitar Porto Alegre, certamente renderia, além de uma dor
insuportável, riscos enormes à saúde, como uma infecção de tétano, tendo que ir
imediatamente a um hospital.
Então, eu trouxe ao plenário para mostrar o descaso
com o Centro da nossa Capital, mostrar a irresponsabilidade que, evidentemente,
é da empresa terceirizada, mas que, em última análise, é do Gestor Municipal,
que tem o dever de fiscalizar a execução das obras e fiscalizar para que não
fiquem objetos perigosos à nossa população, colocando em risco milhares de
pessoas que circulam no Centro, à tarde. Essa mesma cidadã que me interpelou
tentou falar com a SMOV, e qual foi o retorno? Só poderia ser atendida às
quinze para as duas da tarde. Como pode a fiscalização não estar disponível
para o cidadão e a cidadã de Porto Alegre fazerem uma denúncia absolutamente
necessária para a nossa Cidade? Aliás, como pode, no mês do aniversário de
Porto Alegre, quando tantas belas palavras nós ouvimos, louvando as belezas da
nossa Cidade, ficarmos chocados com o descaso do Centro da nossa Capital? E não
é, lamentavelmente, apenas esse fato, esse pedaço de madeira, mas são os lixos
jogados nas ruas, a sujeira do Centro da Capital, as calçadas malcuidadas,
inclusive, em frente aos próprios municipais, e, sobretudo, a ausência da
fiscalização da Prefeitura em um tema tão sério.
Vim pedir imediata intervenção no Governo, porque
está colocando em risco os cidadãos da nossa Cidade, os visitantes, os circulantes,
os pedestres do Centro, e também quero relembrar como a terceirização tem feito
mal à população da nossa Cidade. Seja no ano passado, quando nós vimos paradas
de ônibus que davam choque, não houve fiscalização da Prefeitura, e um jovem
porto-alegrense foi vitimado numa parada da Av. João Pessoa por falta de
fiscalização da Prefeitura Municipal; seja o buraco da Av. Wenceslau Escobar,
em que a obra era terceirizada, a fiscalização terceirizada, e outro jovem foi
vitimado. Eu gostaria de que a Prefeitura não esperasse nenhuma vítima, para
tomar providências em relação a esse absurdo que ocorre, neste momento, no
Centro da Capital.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PEDRO
RUAS (Requerimento): Em face desse pronunciamento da Verª Fernanda
Melchionna, eu requeiro que a Presidência faça um contato com a SMOV, através
de sua assessoria, evidentemente, para dar o relato, porque o risco, realmente,
é muito grande a qualquer momento, para que a Secretaria possa tomar uma
providência a partir de agora. De fato, a situação é muito grave, e acho que a
comunicação do discurso com a denúncia da Vereadora passa a ser importante para
a Casa. Obrigado, Presidente.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Com certeza, Vereador. Eu solicito à nossa
assessoria de Plenário que consiga o telefone do Cássio, Secretário de Obras.
(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Nilo já entrou em contato. Muito obrigada,
Ver. Nilo! Logo teremos um retorno da família PTB.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Srª Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, senhoras e senhores aqui presentes, nossos telespectadores e
ouvintes; como eu já tive a oportunidade de dizer, em 2009, eu defendi uma tese
de Mestrado na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, sobre a questão das
micro e das pequenas empresas. Após isso, eu tive a honra de perceber que a
Editora Atlas, de São Paulo, editou aquela tese em forma de livro, sob o título
“Gestão Contábil-Financeira de Micro e Pequenas Empresas”. E quero registrar
que espero, minha cara Presidente, com esta obra, estar contribuindo para o
debate urgente sobre a saúde financeira dos micro e pequenos negócios do
Brasil. Como já disse, eu fiz uma pesquisa em sete Estados brasileiros e as
respostas que obtive, no conjunto delas, espelham, basicamente, as mesmas
respostas que tenho colhido ou que colhi aqui no Estado do Rio Grande do Sul.
Eu pesquisei junto a contadores, escritórios de contabilidade, pequenos e
microempresários e empregados desses micro e pequenos negócios. Pesquisei no
Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no
Rio Grande do Norte, em Brasília e em Goiás. E, ontem, tive o prazer de
participar do lançamento desse livro, concorrido lançamento, na Livraria
Cultura, em Porto Alegre. Eu quero fazer esse registro e agradecer a presença
de todos aqueles que lá estiveram e também àqueles que não puderam ir, por uma
razão ou outra, fazendo uma menção ao nosso Vereador e Secretário de Estado
Maurício Dziedricki, que esteve lá presente. E quero aproveitar esta
oportunidade para fazer a entrega de exemplares deste livro à Câmara Municipal
de Porto Alegre, à nossa Biblioteca e à nossa Escola do Legislativo. Repito que,
com esse livro, espero estar contribuindo com o debate da saúde financeira das
micro e pequenas empresas do Brasil. Obrigado e um abraço. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
(O Sr. Airto Ferronato entrega um exemplar do livro
de sua autoria ao Presidente Ver. Toni Proença.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MARIO
FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos assiste pela TVCâmara,
público presente nas galerias; falo aqui no rodízio de Liderança do nosso
Partido, estabelecido pela nossa Bancada, e o primeiro assunto de que trato não
é do nosso Partido, eu não tenho procuração, mas a Verª Fernanda vem aqui para
fazer um ato sobre um assunto, está certo que é um assunto sério, mas é um
pequeno assunto na cidade de Porto Alegre, no Centro de Porto Alegre que parece
até campanha política. Mas eu conheço a Verª Fernanda, acho que não é campanha
política ainda. Eu estive, a semana passada, na mesma Ouvidoria, num programa
da Presidente Sofia Cavedon, dos Vereadores fazerem parte, todos os dias, um
Vereador na Ouvidoria. Eu estive lá, e a Cidade não está dessa forma como a
Verª Fernanda prega aqui na tribuna. Então, sou obrigado a usar o meu tempo de
Liderança para fazer a defesa, sim, do Fortunati, mas, em especial, do Cássio
Trogildo, pelo trabalho que tem apresentado na cidade de Porto Alegre. Hoje,
aqui ninguém fala mais na rótula da Av. Nilo Peçanha, trabalho que o Secretário
Cássio Trogildo aprontou com prazo recorde neste ano. Graças a Deus, foi
resolvido. Uma rótula que tinha 30 anos, Ver. Nilo Santos! Tenho certeza de que
V. Exª também já está falando com o Secretário Cássio e que um pequeno assunto
como esse será resolvido de imediato. Eu faço aqui os elogios ao Secretário
Cássio, até porque estive com ele na semana retrasada. Estivemos lá, Ver. Dr.
Thiago e Ver. Dr. Raul, que são da área, fomos fazer uma visita a um posto de
saúde que está em obras na nossa região, e solicitamos ao Secretário Cássio
Trogildo que coloque asfalto na frente do posto, por ser uma rua muito baixa e
que tem alagamento, Dr. Raul. Ele pode ser feito fora do Orçamento
Participativo, são cem metros de asfalto, não há necessidade de entrar no
Orçamento Participativo, é uma camada de asfalto. Estamos solicitando ao
Secretário Cássio, e tenho certeza de que ele atenderá a esse pedido da
comunidade, pois o posto deverá ser reinaugurado ainda este ano, no mês de
agosto ou de setembro. É muito importante que tenha uma camada de asfalto ali
na frente. Então, dou os parabéns ao Secretário Cássio, sem falar na obra do
túnel, que ele acelerou o processo da reestruturação do Túnel Conceição.
Também quero falar sobre um detalhe da cidade de
Porto Alegre, quando todos nós estamos falando no metrô, na Copa. Hoje pela
manhã, estivemos com o Secretário de Esportes Kalil Sehbe no Centro de
Integração Empresa-Escola - CIEE -, onde o Secretário discorreu sobre as obras
que o nosso Estado e algumas cidades terão. São sete cidades que receberão os
visitantes da Copa, principalmente Porto Alegre. Ele discorreu sobre as obras
que a Prefeitura realizará em convênio com o Governo Federal, porque ninguém
tem o dinheiro necessário para investir em obras, principalmente, em obras
viárias, como o metrô, que custará 2,4 bilhões de reais. É muito dinheiro,
jamais uma Prefeitura, mesmo a Prefeitura da Capital, teria recursos para
tanto. O que nós vamos investir na cidade de Porto Alegre, tanto o Município,
como o Estado e a União, através do Governo Federal, são milhões e milhões,
chegando a bilhões de reais. Então, nós nos prendermos apenas a um pequeno
detalhe na cidade de Porto Alegre, acredito... Parece que já está começando a
campanha política, mas eu acho que ainda é cedo. Nós temos que tratar dos
assuntos da nossa Cidade - e temos assuntos a tratar - e não nos apegarmos a
pequenos detalhes porque uma contribuinte nossa fez essa reclamação e fez, com
certeza, se valendo do seu direito, mas nós não podemos pegar isso para
simplesmente dizer que a Capital está atirada às traças. Eu não concordo e
provo o contrário: a Capital está em obra plena, e, daqui a três ou quatro
meses, a nossa Cidade será um canteiro de obras de ponta a ponta. Desde o
início da Zona Sul até a Zona Norte, e de leste a oeste, a cidade de Porto
Alegre será um canteiro de obras. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, apenas para comunicar que eu entrei em contato com o
Secretário Adjunto Adriano Goulart, que, casualmente, estava no Centro. Ele foi
pessoalmente verificar o problema do Chalé da Praça XV e vai tomar as
providências devidas.
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. João Antonio Dib. Com isso,
atende-se à manifestação da Verª Fernanda e à solicitação do Ver. Pedro Ruas
para que a Casa acionasse a Secretaria Municipal de Obras. Ela foi diligente e
já está no local.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Primeiro, Sr. Presidente, eu queria agradecer ao
Ver. Nilo Santos pela oportunidade e parabenizar a rápida atuação do Ver. João
Antonio Dib, Líder do Governo, porque certamente é uma situação emergencial e
precisa ser tratada com toda a seriedade. Obrigada.
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Verª Fernanda. Nós também temos que
cumprimentar a SMOV, o Secretário Adjunto Adriano Goulart, que, prontamente, se
dirigiu ao local.
O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores; “furaram” a minha informação. Ver. Mario
Fraga, o senhor é um grande Vereador e também é justo. Quero agradecer pela sua
manifestação em nome do meu Partido. Conversei com o Glênio, da Prefeitura, e
ele disse que estamos tendo problemas com a terceirizada que está trabalhando
lá. O mercado está extremamente aquecido, e a Prefeitura não tem como pagar o
que está sendo pago nas grandes obras que estão sendo realizadas em Porto
Alegre. As empresas se cadastram, participam das licitações e, depois, terminam
deixando a desejar. Ontem, tiveram uma reunião na SMOV para tratar desse
assunto, e a empresa já foi notificada, essa empresa já foi, inclusive, multada
em outra oportunidade. O Governo está atento a isso e está trabalhando.
Mas eu quero permanecer naquela região da Cidade,
Ver. Mario Manfro, Ver. Luiz Braz, Ver. Paulinho Rubem Berta, Ver. Tarciso,
Ver. Dr. Thiago, Ver. Mario Fraga, Ver. João Dib, porque, um dia, eu terei o
prazer de ouvir a Verª Fernanda aqui dizer que aquele lugar está bonito. O que
era aquela região da Cidade, Ver. Mario Fraga, há alguns anos?! Ver. Oliboni,
não dava para circular naquela região. O Chalé ficava escondido! Não era praça,
aquilo era um grande acampamento do MSL – Movimento dos Sem Loja. Era um grande
acampamento! E aquela região da Cidade, aquela praça, hoje, Ver. João Dib, é um
espaço valorizado! É um espaço onde as pessoas transitam com segurança, é um
espaço que foi devolvido à Cidade, Verª Fernanda Melchionna! Eu tenho certeza
absoluta de que, assim que terminarem aquelas obras, ali vai ser considerado um
dos lugares mais bonitos e um espaço de convivência da Cidade. Esse avanço,
essa evolução que tivemos premia a Cidade! E isso é maior, é muito superior a
qualquer crítica que possa ser feita por falha de uma empresa terceirizada.
Então, Verª Fernanda Melchionna, com a mesma força com que a senhora se
manifestou cobrando da Prefeitura, que já acionou a terceirizada, já tomou
providências, eu gostaria de que a senhora, em outra oportunidade, registrasse
aqui também que aquele lugar é lindo e foi devolvido ao povo de Porto Alegre
com qualidade e com segurança. Hoje, as pessoas se sentem seguras. E eu tenho
certeza, Vereadora, de que essa senhora que a acompanhou, para mostrar essa
madeira com pregos, também reconhece o trabalho realizado pelo Governo, para devolver
a Praça XV aos moradores e aos visitantes da nossa Cidade. Ver. Nelcir Tessaro,
aquele lugar ali era um verdadeiro acampamento. E o Ver. Cecchim, que é o pai
do Camelódromo - é o pai dos camelôs, ele organizou a vida deles - e, hoje, é
nosso colega Vereador, merece o nosso reconhecimento. Muito obrigado, Ver.
Cecchim! O senhor devolveu aquele espaço à sociedade porto-alegrense! Parabéns!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras,
venho a esta tribuna hoje com muita alegria e muito satisfeito pelo que vou
tentar relatar aqui. Ontem, estivemos eu, o Ver. Elias Vidal e o Ver. Toni
Proença, acompanhando o Sr. Prefeito, José Fortunati, e o nosso Diretor do
DMAE, Flávio Presser, na inauguração de um reservatório na Rua Delfino Riet, no
bairro Santo Antônio, que se antecipa ao tempo, se antecipa à necessidade da
população. Como existia uma previsão de desabastecimento para daqui a 20 anos,
a Prefeitura de Porto Alegre, através do DMAE, através do seu corpo funcional,
através da empresa que construiu, se antecipou e fez esse reservatório a um
custo de 2,4 milhões de reais. O abastecimento daquela comunidade que gira em
torno de 35 mil moradores está garantido por longos 30 anos ou mais. É uma
cidade que se projeta e se constrói pensando no hoje, no amanhã e,
principalmente, no futuro mais longo. Quando uma cidade caminha nessa direção,
o seu povo cresce, nós temos certeza disso. A nossa Cidade ainda tem diversas
mazelas, diversas necessidades, mas estamos no caminho. Não temos só tristezas,
não temos só esgoto correndo a céu aberto, que ainda temos, mas estamos no
caminho para recuperar e dar condições de vida. Por isso quero aqui parabenizar
o Diretor Flávio Presser, seus assessores, os funcionários do DMAE, a empresa
que construiu, os engenheiros que, com tanto carinho, com tanta dedicação,
estão garantido esse abastecimento por mais de 30 anos.
Então, não podemos
aqui, Ver. Nilo Santos, só falar de tristeza, só do que talvez não seja
benéfico neste momento. Nós temos que falar também, Ver. Mauro Pinheiro, do que
está sendo feito de bom na nossa Cidade. Cada vez que reconhecemos o que é
feito de bom na Cidade, nós todos crescemos e continuamos lutando por aquilo
que ainda está ruim. Já foram recuperadas, nesta Cidade, muitas obras, muitas
demandas. Há pouco tempo, estivemos no Eixo Baltazar, recuperando 28 obras. Tem
obras lá de 1998 que o Prefeito mandou recuperar, através da Secretaria de
Governança, do Secretário Cezar Busatto, tem uma série de obras, em Porto
Alegre, que vêm sendo modificadas.
Por isso quero aqui agradecer de público e dizer
que continuaremos nesse ritmo, continuaremos trabalhando, continuaremos
pensando no hoje, consertando erros do passado, mas, principalmente, apoiando o
futuro. Com investimentos, trabalho e dedicação, nós ainda vamos ter, Ver.
Tarciso, uma cidade que seja nossa, construída por nós, criticada, muitas
vezes, mas sempre com o futuro voltado para as pessoas, para as crianças, para
a nossa Cidade. Vereador Tarciso, Porto Alegre já é uma cidade maravilhosa de
se viver, mas também é uma cidade que precisa caminhar - e está caminhando - com
competência, ousadia e dedicação. Por isso, muito obrigado ao Prefeito José
Fortunati e ao Flávio Presser por terem feito essa obra em Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Comunico que a nossa Presidente Verª Sofia Cavedon
está recebendo, neste momento, no Salão Nobre, o Dr. Eduardo de Lima Veiga, que
veio, pessoalmente, convidar os Vereadores para a sua posse. Se alguma
Liderança quiser se fazer presente no Salão Nobre, será muito bem recebida.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, eu fiquei muito feliz, quando ouvi do Governador Tarso
Genro, que ele iria apoiar, no Estado, a CPI dos “pardais”. Eu acreditei que o
Dr. Tarso Genro iria solicitar para a Bancada do PT apoiar a CPI dos “pardais”,
porque não tem nada a temer, o período a ser investigado é o período passado, e
eu acredito que essas coisas devam ficar às claras. Ninguém deve temer
investigações, porque tudo que é público tem que ser explicável. Ver. João Dib,
eu fiquei intrigado, quando comecei a notar um
certo titubeio da Bancada do PT em assinar a CPI dos “pardais”. Mas, se o
Governador queria, por que a Bancada não segue aquilo que o Governador
determinou e assina a CPI dos “pardais”, para que nós possamos ter essas
verificações? Ver. Pedro Ruas, agora eu tenho uma notícia de que a Bancada do
PT não vai assinar a CPI dos “pardais”. Por que seria, Ver. Pedro Ruas? Qual
seria o motivo para que a Bancada do PT não colocasse a sua assinatura e não
desse o seu apoio para aquela CPI? Qual seria o medo? Quais seriam os
compromissos que não podem ser revelados e não podem ser aflorados? Porque,
afinal de contas, uma CPI estaria indo em cima de tudo isso. Nós temos que ver
os empresários que atuam nessa área, nós temos que ver quem está lucrando
demais com essa área, porque uma reportagem num dos programas dominicais e,
depois, algumas reportagens de jornais da Cidade davam conta de que uma
empresa, a Kopp, de Vera Cruz, estava fazendo negociações com alguns governos
municipais, eu não sei se com o Governo do Estado. Eu vi o Governo de Gravataí,
que é do PT; o de Cachoeirinha... É do PT também, Ver. Pedro Ruas? Eu vi alguns
outros governos, o de Erechim também! O de Erechim também é do PT? Também é do
PT!
(Aparte
antirregimental.)
O SR. LUIZ BRAZ: Cachoeirinha é PSB.
Que também está ali, juntinho, não é, Ver. Pedro Ruas?! Está juntinho. Então,
eu comecei a pensar que esses Governos e esses Parlamentares gostariam de ser
investigados, mas não gostam, não querem! Não querem ser investigados! Meu
amigo Pedro Ruas, V. Exª que cobra tanto as CPIs - e eu acho que tem obrigação
de fazer isso mesmo -, eu gostaria, Vereador, com a veemência que V. Exª tem,
de que V. Exª estivesse aqui, nesta tribuna, cobrando algo que eu acredito que precisa
vir à tona. Nós precisamos saber o que está acontecendo, o que acontece com
esses Parlamentares que fogem de dar a sua assinatura agora, para que esse
problema dos “pardais” possa ser averiguado! Porque são pessoas que estão, a
todo o momento, querendo CPI aqui, CPI acolá, e agora... Ora, os problemas
envolvem as suas Prefeituras! Quer dizer que a corrupção na casa própria vale!
Corrupção na casa própria, ah, tem que ser apoiado, tem que ser escondido, não
é? Mas vamos continuar falando, com toda a certeza.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PEDRO
RUAS: Como o Ver.
Luiz Braz falou no meu nome e como eu não tenho mais tempo, já foi utilizado
pela Verª Fernanda Melchionna, quero dizer que nós, aqui na Casa, Ver. Toni
Proença, continuaremos cobrando as assinaturas para a CPI e cobramos, na
Assembleia, a CPI dos “pardais”. O PSOL quer a realização da CPI dos “pardais”
lá também, por óbvio, a partir de hoje.
O SR. PRESIDENTE
(Toni Proença): Muito obrigado. O Ver. Idenir Cecchim está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; Ver. Luiz Braz, V. Exª, digamos, me
mandou para a tribuna, e aqui estou, porque o assunto que o senhor, Vereador,
tratou aqui é de uma gravidade tão grande, e eu já nem falo de não querer
assinatura, eu falo da desmoralização que o Governo Tarso Genro está emplacando
na Bancada do PT aqui nesta Casa. Ele está desmoralizando a Bancada do PT aqui
nesta Casa. Não é brincadeira! Eu já fui solidário com essa Bancada por não ter
assumido nenhum cargo no Governo do Estado. Agora, eu queria dizer uma coisa,
Ver. Ferronato, parece que querem tirar o Beto Albuquerque da Secretaria de
Infraestrutura. Isso tudo é ciuminho, é medo, é medo do Beto Albuquerque! Eles
fazem de tudo para desmoralizar o Beto Albuquerque na Secretaria! Pois o
Secretário Beto Albuquerque deu uma entrevista e, meia hora
depois, foi convidado a desdizer o que disse. Parece que ele não fez isso, mas
ficou calado. E eu quero expressar aqui, Ver. Ferronato, a minha solidariedade
à Bancada do PSB e, principalmente, ao Beto Albuquerque. Ele é meu vizinho lá
da Serra, ele é de Passo Fundo, e a minha família é de Ibiraiaras, ele faz voto
naquela região. Eu estou aqui não fazendo uma denúncia, porque isso está tão
claro que todo o mundo sabe. O que o Governador Tarso Genro e a Bancada do PT,
na Assembleia, querem é tirar um concorrente do Governo. O Beto cresce e
concorre muito forte até mesmo com o Governador e com as figuras proeminentes
do PSB lá.
Vereador Luiz Braz,
acho que hoje todos nós não vamos criticar a Bancada do PT aqui. Vamos ser
solidários, eles foram desmoralizados pelo Governo do Estado e pelos Deputados
do PT lá da Assembleia. Espero que o Deputado Basegio, do PDT lá de Passo
Fundo, valente, não sucumba aos apelos do Chefe da Casa Civil para não fazer a
CPI, porque já se tem uma investigação, que o Ministério Público, que a CAGE,
que o Tribunal de Contas, que todos vão fazer uma força-tarefa, não é
necessário uma CPI. Mas aqui, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, é bem o
contrário: já está feita a investigação pelo Ministério Público, pelo Tribunal
de Contas, pela Procuradoria-Geral, está pronto! A investigação está pronta,
estão apontados os culpados, e aí eles querem CPI. E lá eles não querem a CPI,
porque dizem que vão fazer uma força-tarefa. Mas que força-tarefa é essa? Nós
somos obrigados a acreditar nisso? Eu acho que a nossa Verª Maria Celeste -
minha vizinha da Zona Norte, festejamos, juntos, a linha do metrô, depois de
tantos anos, pelo menos, uma boa promessa - deve estar muito triste, porque a
sua vizinha, a Deputada Stela Farias, que verberou durante todo o tempo,
querendo investigar o DAER, investigar tudo o que tinha lá, o Detran, ela
queria investigar tudo... Eles, além de não investigar, agora, que têm a
oportunidade de fazer uma CPI, querem trocar por uma promessa de investigar,
mas eles não vão fazer isso, como não fizeram no ”mensalão”. Ao
contrário, estão trazendo os “mensaleiros” todos de volta para o Partido,
porque eles precisam arrecadar mais para a próxima eleição. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. AIRTO FERRONATO: Ilustre Presidente
Toni Proença, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores presentes, nosso estimadíssimo Ver. João
Dib, Líder da situação aqui na Câmara; eu vou usar aquela expressão que usava
bastante e fazia algum tempo que não usava mais: ora, vejam só! Repito: ora,
vejam só!
Desde 2009, eu andava
meio sumido, por 12 anos...
(Aparte
antirregimental.)
O SR. AIRTO FERRONATO: Foi uma pena?
Obrigado, agradeço. Voltamos aqui para a Câmara, e, antes disso, Vereadores que
aqui estavam e ainda estão e alguns Vereadores que chegaram e retornaram
comigo, uma façanha, meu caro Pedro Ruas, e V. Exª está nessa mesma trincheira,
voltamos, e V. Exª discute, quer, anda, V. Exª quase gastou a sola de dois
pares de sapatos de tanto ir, de um lado para o outro, implorando assinaturas
para a CPI. E não saíram aquelas CPIs, não saíram. Aquela que saiu, por
iniciativa da Câmara e de V. Exª, a Bancada da situação, a cada dia, a cada
hora, a todo momento, consulta regulamentos e lê a nossa Constituição Federal,
para saber como inviabilizar, juridicamente, a nossa CPI da Câmara. Pois,
agora, vem aí na tribuna dizer que é, sim, a salvação da pátria a CPI lá.
Agora, a CPI de lá é necessária e urgente, e, a daqui, já gastaram folhas e
folhas, já consumiram letras e palavras do regulamento, para verificar como
escapar desta CPI. E eu sou favorável à CPI aqui e lá! E nós somos favoráveis
às CPIs, a daqui e a de lá, embora reconhecendo que os Parlamentos, todos os
Parlamentos, têm pouco instrumento e pouca competência - e competência no bom
sentido, não estou chamando aqui de incompetentes -, os Parlamentos têm uma
extraordinária dificuldade de, através das CPIs, buscar fatos concretos que
comprovem, cristalinamente, se a pessoa é culpada ou inocente. Eu aprendi e
sempre disse, daqui desta tribuna, desde 1989, que não julgo antecipadamente
ninguém. E nunca ninguém ouviu dizer que eu tenha dito que alguém é bom ou
ruim, sério ou não sério, se ainda não se tem os fatos comprovados. É por isso
que estou aqui, para dizer que nós concordamos com a CPI no Estado, mas
queremos - e eu quero - as duas CPIs aqui do Município de Porto Alegre. Elas
começaram bem antes! Um abraço a todos e obrigado. E quero cumprimentar o Ver.
Cecchim e agradecer pelas palavras dirigidas ao meu ...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras,
meus senhores e minhas senhoras; “ora, vejam só” dizia, antigamente, o Ver. Ferronato.
Tinha parado, mas hoje voltou a dizer. “Ora, vejam só”, o Ver. Ferronato
dizendo que, juridicamente, estava equivocada a Comissão Parlamentar de
Inquérito. Ele que disse! Então, não estou entendendo mais nada, por que ele
faz tanta crítica. Mas, agora, há uma diferença muito grande. Em primeiro
lugar, quero dizer que não acredito em CPI. Quero deixar bem claro isso, é uma
posição pessoal. Assim como não acredito em direitos humanos, eu acredito em
deveres humanos, eu também não acredito em CPI. Mas fazendo uma comparação das
duas CPIs que estão nesta Casa ... Falei contra as duas, devo dizer claramente,
porque, se estava lá no Ministério Público, se estava na Polícia Federal, e nós
fomos perguntar para o Ministério Público e para a Polícia Federal?! Nós é que
deveríamos informá-los através de uma CPI. Então, sou contra as CPIs. Isso não
está me dizendo coisa nenhuma, nós estamos perdendo muito tempo e nós
precisamos muito, nesta Cidade, votar. Na verdade, a CPI, lá na Assembleia,
agora querem fazer uma força-tarefa sobre o que não foi investigado pela
Polícia Federal, que não foi investigado pelo Ministério Público. Mas também
não vão resolver nada, porque os legisladores são legisladores, eles não têm
competência de investigação, não sabem perguntar, quando perguntam, eles querem
aparecer. Assim eu vi no Congresso Nacional, eu vi nesta Câmara e em todos os
lugares deste País. Ninguém sabe fazer o mesmo questionamento que um policial
federal faz, ou que um Promotor, ou agente do Ministério Público faz.
Precisamos, mesmo, é
votar. Nós passamos o mês de março todo discutindo e votando Vetos. Aconteceu
de um Vereador ir à tribuna, para pedir que o Veto Parcial ao Projeto dele
fosse aceito. Nós discutimos três dias, e, no final, até o Vereador terminou trocando
seu posicionamento. Mas, de qualquer forma, o Veto foi aceito. Nós ainda temos
dois Vetos, e Vetos fazem com que a pauta fique trancada. Consequentemente,
desde o dia 2 de março, tem Projeto trancando a pauta. Hoje tem mais dois.
Espero que os dois sejam votados. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu gostaria de
perguntar se o Ver. Airto Ferronato se encontra no plenário. (Pausa.) Vou
deixar o Ver. Airto Ferronato voltar a este plenário, para fazer uma referência.
O Ver. Mauro Pinheiro
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MAURO PINHEIRO: Presidente Sofia
Cavedon, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias e pelo Canal 16; quero
dizer que os Vereadores desta Casa que aqui não querem CPI, Verª Fernanda, na
Assembleia Legislativa, eles querem. Mas, Ver. Todeschini, a CPI é sobre
governos anteriores, nós estamos assumindo agora o Governo do Estado, e o nosso
Governador, além de CPI, quer muito mais do que uma CPI. Ele vai construir,
Ver. João Antonio Dib, uma força-tarefa que será composta pelo Executivo,
Deputados da Assembleia Legislativa, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de
Contas, o que é muito diferente, Ver. João Antonio Dib, da sindicância que foi aberta
aqui, para apurar o ProJovem e a Saúde. Inclusive, Verª Fernanda, a senhora,
que tem acompanhado o ProJovem, na sindicância do ProJovem, as pessoas que
estão compondo a sindicância são pessoas que passaram pela Secretaria da
Juventude, eles iam investigar eles mesmos. É muito diferente a situação do
Governo do Estado e a do Governo Municipal, então, vamos pensar bem antes de
falar, Ver. Cecchim, Ver. Luiz Braz, porque há muita diferença entre o Estado e
Município.
Mas eu entendo os
Vereadores. É muito mais fácil aqui, com tanta coisa para ser investigada
através da CPI do ProJovem e da CPI da Saúde, e tanto se briga neste Plenário,
com os Vereadores da oposição querendo a CPI, e os da situação não querendo, e,
como não tem mais o debate político, passaram para o debate jurídico, querem
discutir juridicamente e não aqui, no plenário, não através da CPI. É isso o
que acontece na cidade de Porto Alegre, nesta Câmara de Vereadores. Desistiram
do debate político na Cidade, para levar o debate para o Governo do Estado:
vamos debater a Assembleia Legislativa e o Governo do Estado. Não, vamos
debater Porto Alegre, vamos discutir a CPI do ProJovem, vamos discutir a CPI da
Saúde! Aqui é o lugar de o Vereador discutir, vamos discutir! Nós, Vereadores
da oposição, estamos prontos, estamos participando da CPI da Juventude e,
Presidente, queremos, sim, discutir na CPI da Saúde, porque muita coisa tem que
ser discutida. E, no Governo do Estado, Ver. Haroldo de Souza, nós vamos fazer
mais do que uma CPI, vamos realizar uma força-tarefa, porque lá, sim, Ver.
Ferronato, nós queremos investigar, mas não é o Governo Tarso Genro e o
Deputado Federal Beto Albuquerque, que assumiram agora, a investigação é
anterior, tem vários Governos, e lá vai ser investigado, com certeza. Os Deputados
estão convidados a participar dessa força-tarefa, Ver. Sebastião Melo, para
investigar, ver a verdade. Não vamos fugir do debate da Cidade, da CPI da
Saúde! Aqui nós já sabemos...
(Manifestações no
Plenário.)
O SR. MAURO PINHEIRO: Presidente, eu
gostaria de que me fosse assegurada a palavra, em razão das manifestações de
alguns Vereadores. Eu gostaria de que os meus colegas prestassem atenção à
minha fala, assim como eu prestei atenção à manifestação de outros Vereadores
que me antecederam.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu segurei o
seu tempo, para garantir que V. Exª seja ouvido, Vereador.
O SR. MAURO PINHEIRO: O problema é que
aqui, na Cidade, tem muita coisa para ser investigada. Tem a CPI da Saúde. Já
morreu um Secretário, nós poderíamos ter evitado essa morte, se a CPI da Saúde
tivesse saído anteriormente. É isso o que está acontecendo. E, agora, querem
levar o debate para fora da Cidade. Vamos trazer o debate para Porto Alegre,
para esta Câmara e vamos continuar investigando a cidade de Porto Alegre! A CPI
da Juventude está acontecendo, tem muita coisa para ser esclarecida, e estão
sendo esclarecidas. O Ver. Braz está fazendo um bom papel como Presidente.
Vamos continuar investigando e vamos trazer a CPI da Saúde, vamos deixar de discutir
juridicamente, vamos discutir aqui, neste Parlamento, pois a função do Vereador
desta Câmara é investigar, sim! E não vamos arrumar desculpas, para levar o
debate para fora da Cidade, pois tem muita coisa, na cidade de Porto Alegre,
que precisa ser explicada, investigada, e nós, Vereadores, temos a obrigação de
fazer isso, já que nós fomos escolhidos pelo povo para representá-lo. Portanto,
vamos representá-lo bem, discutindo os problemas da Cidade, porque nós temos
muita coisa aqui, sim, para discutir, para fiscalizar. Vamos trazer o debate
para cá, vamos assinar - quem ainda não assinou -, para que saia a CPI da
Saúde, para não precisar dar explicação nas comunidades do porquê de não
assinar, e vamos investigar o que precisa ser investigado aqui na cidade de
Porto Alegre!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores; ora, vejam só, Ver. Airto Ferronato, como diz V. Exª, o Ver.
Mauro Pinheiro vai à tribuna e reclama que querem fazer Comissão de Inquérito
em razão dos “pardais”, e que o Partido dos Trabalhadores não quer que seja
feita. Diz ele que uma força-tarefa foi designada pelo Governador do Estado.
Falou, inclusive, na morte do Secretário. Eu cheguei a ler na Internet que a
CPI ia resolver o problema da morte do Secretário. Até isso eu li! Ele, hoje,
falou na morte do Secretário. Eu trouxe a esta tribuna e li, por exemplo, que a
empresa Reação, que faz parte do problema da CPI, foi contratada pelo Partido
dos Trabalhadores, sem licitação, declarando urgência. Renovou o contrato da
Reação sem licitação. Depois, no Governo Fogaça, a empresa foi contratada com
licitação, venceu a licitação. Eu trouxe a esta tribuna e mostrei a sindicância
feita pelo Prefeito José Fogaça, mostrei o Prefeito procurando o Tribunal de
Contas e mostrei o Prefeito encaminhando ao Ministério Público. E acharam que
deviam fazer CPI! Mas eu não estou entendendo, honestamente! Agora eu fico
preocupado com o que o Ver. Mauro Pinheiro diz neste momento. Quando é que
valem as coisas?
Eu volto a dizer, com
toda a tranquilidade, que eu não acredito em CPI. Eu quero que me apontem uma
CPI, neste País, que surtiu efeito. Quem sabe a CPI do Mensalão, que envolvia o
próprio Presidente Lula - aquele que não sabia de nada -, o José Dirceu e
outros tantos, que está, agora, com o prazo prescrevendo na Justiça e que não
vai acontecer nada para ninguém? Não sei por que nós perdemos tanto tempo
falando numa coisa que não alcança o seu objetivo, que deveria, sim, ser uma
fiscalização direta de um problema, para saber o que houve, mas nós não temos
essas condições. O que aconteceu com a CPI do Detran? Tentaram envolver a
Governadora, mas as coisas ocorreram antes de ela ser Governadora. Esqueceram a
Deputada Stela Farias, que fazia cada discurso veemente, violento. O que
fizeram eles? Estava tudo o que eles falaram lá - eu tinha lido no jornal -, o
que a Polícia Federal disse, o que o Ministério Público falou, o que a Juíza de
Santa Maria disse, e eu não vi, até agora, resultado de CPI. Agora, nós
perdemos tempo fazendo CPI. Uma está em andamento - eu sou membro dessa CPI,
mas contra a minha vontade. Por mim, não haveria essa CPI. Tudo está no
Ministério Público, tudo está na Polícia Federal, eles são mais do que nós para
essa atividade. A nossa atividade principal deveria ser a fiscalização da
realização do Orçamento do Município, as obras que aqui acontecem. Isso, sim,
deveria ser algo que nos preocupasse permanentemente: todas as rubricas que nós
temos que acompanhar, todos os programas que nós aprovamos aqui, para ver se
são executados. E, se não são, por que não são. Portanto, eu me surpreendo com
o Ver. Mauro Pinheiro mais uma vez. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Quero, Ver.
Airto Ferronato, parabenizá-lo pelo belíssimo livro “Gestão Contábil-Financeira
de Micro e Pequenas Empresas: Sobrevivência e Sustentabilidade”. (Palmas.)
Quero ler para o conjunto dos Vereadores a dedicatória que o Ver. Airto
Ferronato colocou no livro: “À Câmara Municipal de Porto Alegre, aos colegas
Vereadores da Capital gaúcha e aos servidores da Câmara Municipal dedico este
exemplar do meu livro, que espero venha a contribuir para o urgente debate
sobre o tema da saúde financeira das micro e pequenas empresas do Brasil.
Saudações, Ver. Airto Ferronato”. Muito obrigada. Receba os nossos parabéns e o
orgulho que temos de conviver com V. Exª, Ver. Airto Ferronato, um Vereador
atuante, um Vereador generoso, parceiro, que produz conhecimento para ajudar
não só Porto Alegre, mas o Brasil. Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Falei agora
com S. Exª, o Ver. João Antonio Dib, e quero também agradecer, em nome dele, a
todos os Líderes de Bancada desta Casa, que concordaram que com votássemos hoje
a Moção de Repúdio às declarações do Deputado Bolsonaro. Neste momento, S. Exª,
o Líder da situação, me informa que, entrando na Ordem do Dia, podemos votar,
de imediato, a Moção. Então, peço a V. Exª - antes consulto V. Exª, evidentemente -
que votemos de imediato a Moção, pelo acordo de Líderes. Mas deixo a critério
de V. Exª, não sei se haveria algum impedimento regimental.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Não, Vereador, é que nós temos dois Vetos para
enfrentar, Ver. Dib, que estão trancando a pauta. Como não abrimos nenhum
precedente, votamos os dois Vetos que são relativamente simples, ou diferentes,
pelo menos, do Veto do Orçamento e, em seguida, votamos a Moção.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 15h46min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 3242/10 – VETO
PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 029/10, que autoriza o Executivo Municipal a
doar ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense o próprio municipal que descreve e
estabelece contrapartida para essa doação.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da COSMAM. Relator Ver. Mario Manfro: pela
manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, §
4º, da LOM;
- votação
nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação
do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo
dia: 02-03-11 (quarta-feira).
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Como há uma Emenda de minha autoria ao PLE nº
029/10, solicito que o Ver. Mario Manfro presida os trabalhos.
(O Ver. Mario Manfro assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Sofia Cavedon está com a
palavra para discutir o PLE nº 029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras,
eu quero recordar a V. Exas que a Emenda que propus foi conversada e
discutida neste Plenário, para que construíssemos uma contrapartida a ser dada
pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense em troca de
1.350m2 que provêm do leito da Rua Dona Cecília. Na verdade, uma
pequena rua, mas uma área importante, nós sabemos o valor de 1350m2
na região da Azenha. A Rua Dona Cecília está sendo incorporada não à Arena do
Grêmio, mas ao empreendimento, ao conjunto de prédios, Ver. Dib, que será
construído onde é a atual Arena do Grêmio. Será um conjunto de prédios bastante
altos, porque esta Casa aprovou 73m de altura para aquela área, um índice
construtivo acima do máximo da cidade de Porto Alegre, que é 52m, então, uma
excepcionalidade. A Empresa
OAS, que construirá a Arena do Grêmio, explorará aquela área, e a Prefeitura,
óbvio, identificou que uma parte da área ainda era pública e, portanto,
inalienável. Trata-se da Rua Dona Cecília. O Projeto de Lei veio para esta Casa
para que fosse doada essa área da Rua Dona Cecília ao Grêmio Foot-Ball Porto
Alegrense. Tomei a iniciativa de fazer uma Emenda, buscando garantir o
interesse público, buscando uma contrapartida por essa doação. Por que avaliei
que era importante uma contrapartida para essa doação? Porque os argumentos
poderiam servir para qualquer empresário. Qualquer empresário beneficiaria a
região, se construísse uma churrascaria, se construísse um pequeno shopping, se construísse uma academia, e
poderíamos, usando o critério aqui estabelecido, ceder qualquer próprio
público, dizendo que seria importante para a região, que traria desenvolvimento
econômico.
Ora,
o empreendimento da nova Arena do Grêmio já recebeu, na minha avaliação, muito
incentivo público. Além dos índices construtivos desta área da atual Arena, dos
índices construtivos do Estádio dos Eucaliptos e, mais do que isso, Ver. Nilo -
isso é muito importante -, o terreno que o Grêmio recebeu no Humaitá e trocou
tem uma diferença de 30 milhões em relação à área que o Grêmio está doando, que
está ficando com o Círculo Operário, na Zona Sul - 30 milhões! Então, o Grêmio
está recebendo mais – além de todos os índices – um incentivo de 30 milhões
aqui no Humaitá/Navegantes. Não dá para dizer que não houve um grande apoio
para que a Arena do Grêmio acontecesse. Nós, simbolicamente, emblematicamente,
no cuidado com o patrimônio público, com o que é público, na minha opinião,
devemos garantir a contrapartida para a doação, pura e simplesmente, dessa rua.
O
Prefeito Fortunati, ao apresentar o Veto, argumenta - do que ouso discordar
frontalmente - que o Grêmio e o seu empreendimento, com aqueles prédios que
serão construídos ali, já beneficiarão e modernizarão a região. Nós sabemos,
Ver. Adeli – V. Exª foi um dos que levantou o problema –, que o impacto
naqueles bairros será um impacto enorme: impacto no trânsito, no saneamento
básico, o que vai implicar, sim, investimentos por parte da Prefeitura de Porto
Alegre. É modesto, mas é importante vincular uma contrapartida para a
Prefeitura dar conta do impacto daquele empreendimento. Não é possível aceitar
uma doação, pura e simplesmente, em dois bairros que ficarão conflagrados e que
necessitarão, Ver. Todeschini, de investimentos, no mínimo, nas vias, no
entorno, para que suportem os novos empreendimentos que estão viabilizando a
Arena do Grêmio. Portanto, peço a V. Exas que mantenhamos a
contrapartida, que é muito singela, porque o que corresponderá àquele terreno,
tenho certeza de que a Construtora OAS vai recuperar em um único apartamento
daqueles 19 prédios que vai construir naquela área. Não tem justificativa para
uma doação, pura e simples, de 1.300m2 ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir o PLE nº 029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, este Veto oferecido pelo Sr. Prefeito Municipal foi muito bem
avaliado por todas as Comissões da Casa que deveriam avaliá-lo. Em todas elas,
houve manifestação, por maioria absolutíssima, no sentido do acatamento do
Veto. Senão, vejamos: como se constata, o Veto Parcial do Prefeito Municipal,
quanto à juridicidade, não tinha discussão, é competência do Prefeito vetar. O
Executivo, nas suas razões, foi muito claro ao colocar que (Lê.): “Incluir o
art. 2º, na forma de emenda desse Legislativo, alterou o escopo do Projeto de
Lei original, pois, com a doação livre de encargos, será possível a
formalização da área pertencente ao Grêmio, situada no Bairro Azenha, pelas
áreas situadas no Bairro Humaitá. (...) Viabilizar a concretização do Projeto
do Grêmio [prosseguem as razões do Veto do Sr. Prefeito Municipal] acaba por
gerar inúmeros benefícios urbanísticos e socioeconômicos para os Bairros
envolvidos, além de fomentar a implantação de comércio e de serviços e a
qualificação do entorno pela revitalização das áreas, provocando mudanças
socioeconômicas, espaciais e funcionais muito significativas para as regiões da
Azenha e do Humaitá. Assim [conclui o Veto do Sr. Prefeito], o Projeto de Lei
atende ao interesse público e apresenta relevante fim social por todos os
benefícios que decorrerão da concretização do Projeto Arena aos
porto-alegrenses, em especial a imediata revitalização do Bairro Humaitá, já
visível aos cidadãos. Por fim, não é demais referir [que] a concretização deste
Projeto do Grêmio permitirá também a revitalização de uma das áreas mais
antigas e tradicionais de Porto Alegre: os Bairros Azenha e Medianeira, consolidando-os,
de igual forma, como pólos de comércio e de serviços da Zona Sul da cidade.”
Sr. Presidente, eu acho que dificilmente poderia
ter síntese melhor do que a colocada na própria razão do encaminhamento do
Veto. É muito claro que o que se pretende é conseguir autorização da doação do
Projeto municipal, uma área de 1.350 metros. Isso já está consolidado, Sr.
Presidente! Essa doação a Câmara já autorizou e autorizou porque o Prefeito
declarou claramente que essa área vai ser objeto da permuta geral que o Grêmio
fará com a área da Arena, transferindo a área do Olímpico em troca da área onde
se instala o projeto da Arena. Ora, evidentemente, não se pode colocar a área
do Grêmio, do Olímpico, com uma nesga de terra inserida, e não permitir a
continuidade do projeto. Por isso é que se está retirando a cláusula da
inalienabilidade da área e permitindo que ela entre nessa negociação e que o
Grêmio possa consolidar esse negócio. A Casa aprovou por unanimidade isso. Foi
colocada uma Emenda dizendo que, quando da revitalização do bairro Azenha, o
Município poderia exigir medidas compensatórias. Independente de ter ou não, na
lei, essa cláusula colocada, o Município poderá exigir as medidas
compensatórias, quando aprovar os projetos. Fará, inclusive! Não há projeto em
Porto Alegre em que não haja a aplicação da Lei Maior, que autoriza o Município
a fazer isso. O que não pode é ficar dentro da lei o que seria um
comprometimento do processo. Poderia ser alegado, na hora de se formalizar a
permuta das áreas do Olímpico com as áreas do Humaitá, que existia uma cláusula
pendente, que impediria, juridicamente, a realização da troca das áreas. Nem
sei se isso poderia, mas, por cautela, o Prefeito, sabiamente, retirou o que
seria uma possibilidade a mais para o Município fazer algo que ele já está
autorizado pela Lei Maior a fazer! Não é preciso que se diga que, na aprovação
de um projeto, existe a possibilidade da medida compensatória. Não há nenhum
grande projeto em Porto Alegre que não tenha medidas compensatórias, quer seja
no que diz respeito à área verde, a equipamento comunitário, a arruamento e a
tudo mais. Está na lei, a Lei Maior estabelece isso, era despiciendo ser
colocado isso. Na ocasião, eu até concordei, porque achava
que essa proposta era inócua. Votei a favor, e por dois votos, pequena
diferença, foi aprovada. Agora, não cabe outra coisa, se é verdade que, aqui na
Casa, não existe gente comprometida...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para discutir o PLE nº
029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver.
Mario Manfro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; Ver. Reginaldo Pujol, quando essa proposta veio, eu também
votei favorável, mas acho que isso foi um equívoco. Como eu gosto e defendo o
Grêmio, vou votar pela manutenção do Veto. Há poucos minutos, eu estava
convidando o Ver. Beto Moesch para se associar ao Grêmio, e, automaticamente,
ele aceitou o pedido.
Ver. Nilo Santos, eu
quero também lembrar que nós não podemos botar empecilhos, não podemos arrumar
problemas, porque essa obra da Arena do Grêmio foi discutida várias vezes e
está dando muita oportunidade de empregos e para os empreendedores. Hoje, lá na
Arena, já tem mais de 500 funcionários trabalhando. Hoje! Em julho, no forte
dela, eles estão pretendendo ter dois mil funcionários! Sabem o que são dois
mil funcionários? A empresa OAS vem proporcionar as compensações, vai
revitalizar o bairro Azenha. Por causa dessa Emenda que, por equívoco, votamos
de forma errada, agora, vamos corrigir, vamos manter o Veto. Eu acho que temos
que aplaudir o Prefeito Fortunati por ter tomado essa atitude de vetar. Não vai
prejudicar o Grêmio, não vai prejudicar a Arena, não vai
prejudicar a empresa!
O
Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Brasinha, quero cumprimentá-lo pelo discurso e dizer que tudo o
que puder ser feito para facilitar esse processo será feito. O senhor está
abordando um tema importantíssimo. Essa construção da Arena, a saída do Grêmio
do bairro Azenha para a nova Arena, o que está gerando de mão de obra, o que
está gerando de emprego! Isso tem que ser avaliado, isso pesa também, Ver.
Brasinha! É muito fácil criticar e achar que não se deve beneficiar, porque é
um clube muito grande. Muitos beneficiam suas bases eleitorais aqui também,
beneficiam! O Grêmio e o Internacional são dois clubes prestigiadíssimos da
nossa Cidade e geram alegria para o povo. São pouquíssimas as pessoas que não
se envolvem ou que não se emocionam com o futebol que o Sport Club
Internacional e o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense proporcionam para a Cidade. Então, merece, sim, o nosso reconhecimento,
merece o nosso apoio, merece que seja facilitado, porque tudo isso eles
devolvem em forma de emoção, em forma de alegria para a nossa Cidade e para o
nosso povo, Ver. Brasinha.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Nilo Santos. Fora isso, Ver. Dib e
Ver. Nilo, olha o que vai aliviar o trânsito da Cidade. Quem mora aqui perto
sabe que, quando tem um grande evento de futebol, uma disputa de campeonato, a
Cidade vira um verdadeiro caos, quando 50 mil pessoas vão ao Estádio Olímpico,
o trânsito vira um verdadeiro caos. Só assim vai aliviar, porque a maioria dos
torcedores gremistas, aqueles que vêm para o jogo de Porto Alegre são do
Interior, e aí vira aquela invasão de carros na Cidade. Podem ter certeza, lá
no bairro onde a Arena está sendo construída, vai ter uma melhoria para todo
porto-alegrense, para os que chegam e para os saem. Isso é muito importante, e
temos que viabilizar logo, porque, ontem mesmo, o Ministro dos Esportes
convidou o Presidente da FIFA para vir aqui ver as obras que estão andando. Não
podemos botar empecilho agora por causa de uma Emenda que foi vetada, nós temos
que acompanhar o Veto e pronto. Nós temos que ajudar o Ministro Orlando Silva a
fazer esta Copa no Brasil.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Beto
Moesch está com a palavra para discutir o PLE nº
029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, este é um assunto que, embora possa não parecer, está diretamente
relacionado à questão urbanística da Cidade. Nós estamos mexendo com áreas, com
doação de áreas. O Grêmio e o Inter - e eu sou gremista -, por um lado, sempre
foram instituições de destaque para Porto Alegre. Porto Alegre deve muito ao
Grêmio e ao Inter por ser uma cidade conhecida e reconhecida
internacionalmente. Por outro lado, nenhuma outra instituição, como o Grêmio e
o Inter, recebeu tanto da Cidade de forma gratuita. Nenhuma! Podemos dar
exemplos: o próprio terreno do Beira-Rio, a área do Grêmio e a do Inter na
orla... Nós falamos tanto aqui na orla da Cidade, mas nós não temos acesso à
orla, ninguém pode acessar a orla onde estão o Grêmio e o Inter. Por quê? Não
só o Grêmio e a do Inter, mas estamos falando agora de duas instituições
futebolísticas. Então, eles podem? Por que eles podem? Ver. Luciano, eu quero
entrar, eu quero ter acesso à orla! Isso é um direito constitucional e legal. É
inconstitucional não dar acesso à orla, como o Grêmio e o Inter fazem! Em
outros terrenos, isso também acontece, mas estamos falando do Grêmio e do
Inter, que têm as principais áreas na orla.
O que o Ver. Mauro
Pinheiro simplesmente propõe é o seguinte: aceita-se a doação - e nós
aprovamos. Eu entendo que tem que haver a doação, porque ela já está sendo
utilizada pelo Grêmio, é uma área pública. E o Ver. Mauro Pinheiro, sem dizer
em quanto tempo, nem de que maneira, apenas diz que a Cidade deve ser
recompensada pelo valor da área. Poxa, mas isso é cidadania! Isso é olhar para
a Cidade, é ajudar duas instituições, o Grêmio e o Internacional. O Grêmio
Foot-Ball Porto Alegrense é uma instituição da qual me orgulho, é uma
instituição importantíssima para a Cidade, mas também não se pode abusar!
Aliás, os dois Projetos, o do Grêmio e o do Inter, com relação à Copa,
apavoraram a Câmara e a Cidade, mas, com as Emendas feitas, ao menos, com a do
Inter - e eu sou gremista -, amenizou-se a proposta urbanística do
Internacional. Ali houve um acerto, houve uma amenização do Projeto original,
com dez ou onze Emendas feitas; a do Grêmio, não. Houve um acordo, sim! Eu
aprovei também a do Internacional; a do Grêmio não deu para aprovar. São 18 ou
19 prédios de 72 metros de altura, onde está hoje o Estádio Olímpico, mais o
Humaitá.
Vossa Excelência,
Ver. Brasinha, falou aqui do problema do trânsito. E o problema do trânsito que
vai se dar lá, por exemplo? O que eu quero dizer é que, embora o Grêmio e o
Inter, sim, devam ter o respeito, a colaboração desta Casa e da Cidade, não se
pode abusar! Como, na minha opinião, se abusou historicamente. E essa proposta
do Ver. Mauro Pinheiro é totalmente razoável, modesta, dentro dos interesses do
Grêmio, porque efetiva a doação sem deixar de lado a Cidade. Antes de ser
gremista, eu sou porto-alegrense e gaúcho.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Beto Moesch, quando V. Exª fala e se
pronuncia, eu lhe dou a maior atenção, aliás, tenho uma admiração muito grande
por Vossa Excelência. Quando eu passo aqui na orla do Guaíba e vejo aquele
projeto maravilhoso que tu fizeste com
a Pepsi-Cola, eu sempre digo: “Esse grande projeto aqui foi o Ver. Beto Moesch
que fez”. E, realmente, na orla do Guaíba, não tem condições de chegar,
principalmente ali no Parque Gigante. Eu quero chegar ali, e eles não deixam
nem eu entrar na portaria, eu não sei por quê.
O SR. BETO MOESCH: Eu quero com isso dizer
que, na minha opinião, Ver. Mauro Pinheiro, essa proposta tinha que ser lei em
Porto Alegre. Tinha que ser para toda e qualquer doação! Se está doando uma
área, claro, não para instituição filantrópica, aí não, Ver. Cecchim!
Instituição filantrópica é claro que não! Porque isso aqui é apenas olhando o
interesse da Cidade, nós temos que ser isentos nessas horas! A Cidade acima de
qualquer coisa! O errado seria nós votarmos contra a doação, aí, sim, seria
inadmissível. Já é uma área consolidada! Isso teria que ser uma regra para
qualquer tipo de instituição. Qualquer uma, não sendo filantrópica, é claro.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº
029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
Mario Manfro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; hoje é dia 30 de
março. Todo o mês de março, nós passamos sem cuidar de interesses muito
importantes da Cidade. Oito Vetos estão sendo apreciados. Eu já relatei antes
que houve um Veto em que o autor do Projeto foi inicialmente à tribuna e pediu
que se aceitasse o Veto. Depois de três dias de votação, até o autor do Projeto
trocou de ideia e votou pela derrubada do Veto. Mas o Veto foi aceito. Eu acho
importante uma coisa que se chama bom senso. As quatro Comissões que tinham que
analisar o problema analisaram o problema. Todas as quatro Comissões foram pela
manutenção do Veto Parcial. Nas quatro Comissões, apenas dois Vereadores
votaram contrariamente: o Ver. Mauro Pinheiro e o Ver. Engenheiro Comassetto.
Os demais Vereadores votaram a favor do Veto, ou não estavam presentes. Se o
bom senso funcionasse, nós não tínhamos nem que discutir, nem nada! Esse Veto
estaria simplesmente aceito, porque nós não votamos o Veto, nós votamos o
Projeto, e o Projeto, de acordo com as quatro Comissões, foi para ser
rejeitado. É o que vai acontecer. Bom senso, e nós ficamos discutindo! Hoje é o
último dia de votação do mês de março, e ainda há, depois desse, mais um Veto.
Quatro Comissões falaram, unanimemente, que era para manter o Veto Parcial, e
nós estamos discutindo. Depois, tem outro que eu acho que vai ser pouco
discutido, mas aí fica muito difícil. Tem problemas que dizem respeito ao
programa “Minha Casa, Minha Vida” que precisam ser votados, e nós não estamos
votando; tem problemas em que se precisam acertar rubricas em razão de chamado
do Tribunal de Contas, e nós não estamos votando. Mas um mês inteiro nós
passamos discutindo Vetos que poderiam ser tranquilamente votados sem maiores
problemas! Mas eu acho que, de repente, o bom senso vai triunfar, nós vamos
aceitar o Veto, vamos passar para o outro Veto, parcial também, e vamos
aceitá-lo também. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra para discutir o PLE nº
029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Mario Manfro,
que preside esta Sessão, demais Vereadores, Vereadoras; Ver. João Antonio Dib,
primeiro, quero lhe dizer, como Líder da Bancada de oposição, que o senhor não
pode botar a culpa em todo o Parlamento na demora em votar os Vetos, pois a
situação, que tem a grande maioria nesta Casa - 26 Vereadores - e que,
portanto, poderia levar a Sessão até quando quisesse e votar o que quisesse,
muitas vezes não deu quórum para continuar a Sessão. Por isso estamos em atraso
na votação dos Vetos. Não é a oposição, com a sua minoria, que complica a vida
do Executivo; é a própria situação. Muitas vezes, eu alertei que tínhamos
vários Vetos para votar que iriam trancar a pauta, que tínhamos que apurar.
Então, não adianta colocar agora a culpa na oposição pela discussão dos Vetos.
É a nossa função no Parlamento discutir, e é isso que vamos sempre fazer.
Quanto à Emenda, Vereadores, é uma emenda simples e que protege o patrimônio
público. A única coisa que estamos dizendo é que a doação de uma área em plena
Azenha, em que o próprio Parecer da Prefeitura diz que...
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, longe de mim ter
criticado a oposição ou aplaudido a situação. Eu disse que nós discutimos
muito. Inclusive, disse que, no primeiro Veto que examinamos, o próprio autor
do Projeto pediu para aceitarmos o Veto, e nós discutimos três dias.
O SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado, Ver. João
Antonio Dib, mas, nesses três dias, não foi só a Bancada de oposição que ficou
debatendo. Então, o próprio Governo não consegue se entender, e eu já lhe disse
várias vezes, Ver. João Antonio Dib: o senhor não merece a Bancada de situação
que o senhor lidera, que está sempre lhe complicando a vida como Líder! O
senhor é um Vereador com 40 anos de Câmara, passando trabalho, e, muitas vezes,
os seus colegas de situação não lhe dão sustentação.
Mas vamos discutir a
matéria, Ver. Nilo Santos, senão vai faltar tempo para discutir a minha Emenda
aqui. É uma emenda que cuida do patrimônio público, Verª Fernanda, uma área de
1.350 metros quadrados em plena Azenha, e, na justificativa, diz que é uma boa área
para se construir comércio, para desenvolver. Bom, se é uma boa área para o
comércio, nós não precisamos doar. Na verdade, não é nem para doar para o
Grêmio, porque isso aí quem vai tomar conta é a OAS, logo ali na frente. Então,
o que nós queremos é, no mínimo, Ver. Tarciso, que tenha o compromisso do
Grêmio e, futuramente, da OAS, de dar ali uma contrapartida para o Município,
de construir uma praça, construir alguma coisa para a comunidade no entorno. É
só isso que diz esta Emenda, de cuidar do patrimônio, que as pessoas possam
usufruir um pouco dessa área que vai ser doada. O Grêmio não precisa de 1.350
metros quadrados, Ver. Brasinha! Um clube que paga quase 500 mil reais de
salário para um técnico não pode fazer uma doação nesse mesmo valor para a
comunidade do seu entorno, para os seus torcedores, porque metade da Cidade
torce para o Grêmio? Não é nenhum absurdo fazer uma pequena doação. É um
compromisso que nós queremos que o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, junto com
a OAS, assuma com a comunidade, o compromisso de fazer uma contrapartida no
valor do espaço que eles vão estar recebendo da Prefeitura. É só isso, Ver.
Nilo!
O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Primeiramente, quero lhe dizer que é uma
honra receber a oportunidade de apartear o seu discurso. O senhor, para fazer
um agrado ao Ver. João Dib, terminou nos esculachando. Então, quero lhe fazer
um pedido, por gentileza, elogie o Ver. João Dib, mas não avacalhe com os
“nilinhos”, com os “brasinhas”, com os “eloizinhos”, com os “tessarinhos”, não
avacalhe conosco, por favor, que somos todos seus colegas aqui. Obrigado.
O SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado, Ver. Nilo.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, quero dizer que, na
Arena do Grêmio, também vai ter praças, isso já é uma compensação feita junto.
Mais ainda, não sei se V. Exª sabe, o Parque Alim Pedro, no IAPI, vai ser
revitalizado pela empresa OAS. É um parque grande. São as compensações. Essa
empresa também não pode não querer ganhar, ela tem que ganhar, senão, não
sobrevive. O senhor sabe, o senhor é empresário também, o senhor sabe o quanto
é difícil ser empresário.
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro, o que está em jogo agora não é
o salário de jogador que o Grêmio paga ou deixou de pagar, porque o
Internacional, todo o mundo paga esse salário, os grandes clubes. Se nós
queremos a alegria de ser campeões do mundo, campeões brasileiros...
Foram os próprios empresários, infelizmente, que deixaram o futebol assim. O
que está em jogo agora é esse Projeto. Vamos discutir e votar esse Projeto.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Com certeza. Obrigado, Ver. Tarciso, pelas suas palavras, mas a única
coisa que eu fiz, Ver. Tarciso, foi falar que um clube do tamanho do Grêmio, da
grandeza do Grêmio, que tem toda essa capacidade pode fazer uma doação para a
comunidade num espaço de 1.350 metros quadrados. Ele pode fazer uma
contrapartida, é uma coisa tão simples assumir um compromisso com a comunidade,
é zelar pelo patrimônio público, é um terreno da Prefeitura de Porto Alegre, é
um terreno de todos, e não custa nada que o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense
assuma um compromisso com aquela comunidade. É um espaço nobre, na Azenha, está
escrito, inclusive aqui, na justificativa, que é um espaço nobre para comércio,
podem ser construídas edificações, é um espaço público hoje, e a nossa
preocupação é simplesmente o zelo com o patrimônio público. Um clube como o
Grêmio pode assumir o compromisso, um pequeno compromisso de fazer uma
contrapartida para essa comunidade que tanto precisa. Muitas vezes, a gente tem
visto que as contrapartidas podem levar alguma alegria para as comunidades mais
carentes, não é, Ver. Paulinho? O quanto seria bom o Grêmio assumir o
compromisso de uma praça, de um campo de futebol lá, no Rubem Berta, uma
melhoria por um espaço nobre, como é a Azenha. Portanto, é simplesmente isso
que a Emenda quer: cuidar do patrimônio público e fazer com que eles tenham
compromisso com a comunidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLE nº 029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Mario Manfro; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores e os que nos acompanham; este debate põe na mesa uma questão de
fundo para se tratar, para debater e para expressar também a opinião sobre os
interesses da Cidade, sobre o que é uma visão republicana. O que é uma visão
daquilo que é de todos, e não do particular, pois, por mais que gostemos, por
mais gremistas ou colorados que sejamos, também tem cruzeirenses e tem
torcedores do São José, em Porto Alegre, e de muitos outros times do Interior.
Mas nós estamos tratando de Porto Alegre, portanto, nós devemos nos ater a esse
tema que, de forma oportuna, por sugestão da Verª Sofia Cavedon e do Ver. Mauro
Pinheiro, que, como Líder, subscreve essa Emenda, é uma visão de estado. É uma
visão de estado público, é uma visão de estado republicano, é uma visão de
compromisso com aquilo que é de todos. Eu sou gremista também, como o Ver. Beto
Moesch, mas me sinto violentado quando vejo a orla tomada pelo Grêmio e pelo
Internacional. Isso não é uma questão republicana, isso é “mão grande” de
interesses de poucos. Ainda mais alguns poucos do poderoso mundo milionário do
futebol, que pode tudo, mas que abusa da força e da influência que tem sobre o
Poder Público. Nós, infelizmente, tivemos aqui aprovada, junto com o projeto da
Arena do Grêmio, a Emenda nº 09 que produziu um impacto violento na Cidade, no
meu entendimento, com a expansão de construções em áreas que antes estavam
limitadas, e limitadas para o bem da Cidade.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, eu quero cumprimentá-lo pelo seu pronunciamento e tentar contribuir.
Essa área, cuja doação está sendo consolidada no Projeto de Lei, já está, por
força da Lei nº 8.414, de 22 de dezembro de 1999, sob a tutela, o resguardo e a
responsabilidade do Grêmio. Essa lei que passou ao Grêmio a propriedade da Dona
Cecília até o Largo dos Campeões, hoje Largo Patrono Fernando Kroeff, foi uma
proposta do Governo que V. Exª integrava, e que nós aprovamos aqui, na Casa,
por unanimidade. Não é um benefício que comece a se fazer. É clarear o
instrumento jurídico que já produz os seus efeitos e que, eventualmente,
poderá, em função dessa Emenda, criar dificuldades, o que não é a intenção de
V. Exª e de ninguém na Cidade, porque ninguém quer obstruir o projeto da Arena
do Grêmio.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado, Ver. Pujol. O senhor tem razão. No entanto, quando foi feita a
doação, foi feita para as atividades lá preexistentes do Grêmio, que são a
loja, o Largo dos Campeões, aquele espaço. No entanto, quando uma doação é
feita pelo Poder Público, ela é feita com determinada finalidade. E agora, o
que se está fazendo é a alteração da finalidade. Por isso que essa lei veio
para cá, Ver. Pujol, esse é o sentido.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, eu
só não entendo o pronunciamento de V. Exa agora, porque vejo aqui a
sua assinatura favorável à manutenção do Veto. (Palmas.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Veja só, Ver. João Dib, não se trata disso. O senhor sabe como são as
assinaturas nas Comissões, não é essa a questão. O senhor tem que responder por
que está sendo doada uma área de 1.350 metros quadros - uma área nobríssima,
uma área que vale, com certeza, mas de um 1,5 milhão de reais - sem nenhuma compensação
para o Poder Público. E falo de compensações, porque, ali ao ladinho, temos,
por exemplo, a Vila dos Comerciários, o entorno da Cruzeiro, onde não tem uma
praça, um campinho de futebol, um espaço público, não tem absolutamente nada
para os jovens, para as crianças usufruírem. E nós não podemos ficar
indiferentes a isso.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte?
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Eu tenho muito pouco tempo e preciso terminar o meu raciocínio, Ver.
Brasinha. Desculpe-me, na próxima intervenção, eu lhe concedo um aparte. Vejam
só, quero chamar a atenção, porque estamos tratando de uma postura republicana,
estamos tratando do dinheiro público, do espaço público. Uma vez mudada a
finalidade, tem que ser revisto sim! Ali vão ser construídas 19 torres que vão
produzir um brutal impacto, e não estão previstas compensações adequadas no
entorno. Cito a Vila Cruzeiro, porque os jovens lá da Vila Cruzeiro têm que vir
aqui para o Parque Marinha jogar futebol, porque não existe um único espaço para
o lazer, para a diversão, para ocupação daquela juventude. Assim as coisas vão
muito mal na Cidade. Obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Luiz Braz está com a palavra
para discutir o PLE nº 029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver.
Toni Proença; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores; o meu querido amigo Ver. Mauro Pinheiro
citou, na tribuna, que o Ver. João Dib é Líder de uma Bancada que não lhe faz justiça,
por causa do posicionamento que essa Bancada tem com relação a esta Emenda que
está sendo vetada pelo Prefeito Municipal. Eu vou dizer ao Ver. Mauro Pinheiro
que, infelizmente, esta Cidade tem, muitas vezes, algumas pessoas que
representam este Município que também não fazem justiça ao conjunto da
população. Eu digo isso, porque nós temos obrigação de acompanhar aquilo que
está escrito no Plano Diretor da Cidade. Nós estamos falando de uma área que
vai sofrer um impacto urbano, porque ali serão construídos vários prédios, não
apenas um, mas vários prédios. Está escrito no nosso Plano Diretor que, sempre
que existir impacto em qualquer região, de qualquer nível, esse impacto deverá
ser, Ver. João Dib, de alguma forma, atenuado, compensado por regras que serão
estabelecidas. O projeto que está sendo feito naquela área da Azenha não poderá
existir, se, porventura, aquelas ruas da Azenha não forem alargadas, se as ruas
da Medianeira não forem alargadas, se nós não tivermos as saídas necessárias,
porque ele vai gerar impacto. E nenhum empreendimento - V. Exª sabe disso, Ver.
Mauro Pinheiro, V. Exª é um bom Vereador - que cause impacto na Cidade pode
subir sem antes se fazer todo um estudo a respeito do impacto que vai ser
causado e de como é que vai se atenuar isso.
Então, não é o que
escrito nessa Emenda que foi vetada pelo Sr. Prefeito Municipal que vai
viabilizar que, naquela região, nós não vamos ter problemas. Não! Nós não vamos
ter problemas, porque os antigos legisladores da Câmara Municipal escreveram,
na Lei Orgânica do nosso Município, que, sempre que nós tivermos impacto, nós
temos que ter compensações, Ver. Todeschini - V. Exa é um grande
Vereador e sabe disso. Eu não estou sendo salvo pela Emenda, Verª Sofia
Cavedon, e acho que V. Exª teve o zelo de apontar ao Ver. Mauro Pinheiro ao
apresentar essa Emenda, mas não vamos passar a imagem de que essa Emenda é uma
espécie de salva-vidas para a nossa Cidade, porque isso não é verdade! Vou
colocar aqui o exemplo de uma obra que está sendo realizada agora, um
supermercado. E não tem nenhuma legislação, porque é tudo baseado na Lei
Orgânica do Município, no Código de Obras, no Código de Edificações. O
Supermercado Zaffari vai fazer uma obra, e está sendo solicitada a construção –
e vão fazer - de uma ciclovia ao longo de toda a Av. Ipiranga. Não há nenhuma
lei, nenhuma emenda, nenhum projeto aqui que diga que isso vai acontecer. Mas
por que ele vai fazer? Porque, se ele não fizer isso, ele não pode construir! E
as outras empresas que fazem construções em diversas regiões da Cidade também
têm que agir assim.
O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exª permite um
aparte?
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Mauro Pinheiro,
sempre é um prazer receber um aparte de Vossa Excelência.
O Sr. Mauro Pinheiro: Obrigado, Ver. Luiz
Braz. Claro que nós conhecemos o Plano Diretor, que menciona a questão das
contrapartidas no entorno de uma grande obra que venha a ser construída, mas
não é sobre isso que nós estamos procurando ter cuidado em relação ao
patrimônio público. Nós estamos falando da doação de um terreno, de uma área de
1.350 metros que é do Município, além da construção e da contrapartida.
O SR. LUIZ BRAZ: Mas aí, Ver. Mauro, a
posição dos Vereadores aqui tinha que ser doar ou não doar. Não é o problema da
contrapartida, porque a compensação vai ter sempre! Não é a Emenda que está
exigindo, é a Lei Orgânica do Município que exige! Então, o nosso
posicionamento tem que ser num ou noutro sentido. Se a posição for no sentido
de não querer doar, então, está bem, os Vereadores não querem doar para o
Grêmio aquela área. Mas todos os Vereadores disseram que queriam doar! E aí se
coloca: “Ah, mas não vai ter contrapartida”. Isso é dizer que, quando chover,
vai molhar a terra.
O Sr. Mauro Pinheiro: A minha opinião é que
são duas coisas diferentes, Vereador. A contrapartida da obra como um todo é
uma coisa, e a contrapartida da qual eu falo é da doação da área. São coisas
diferentes. Muito obrigado.
O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; colegas Vereadores, Vereadoras, eu acho que este
assunto é muito sério e se refere, certamente, a um assunto mais global sobre
as obras da Copa e uma série de projetos que foram votados nesta Casa.
Evidentemente, tenho que fazer uma correção ao Ver. Luiz Braz, porque nós
votamos, nesta Casa, a doação com contrapartida. Essa foi a votação desta Casa,
por maioria, a votação que aprovou a Emenda da Verª Sofia Cavedon que dizia que
ficasse registrado, no processo de doação, algo que seria dado em troca do
terreno público cedido pela Prefeitura para a OAS. Nesse caso, ainda que seja
em função das obras do Grêmio, é bom corrigir, porque muitas vezes se fala que
é uma doação ao Grêmio, quando, na verdade, estamos tratando de uma empresa que
vai fazer uma construção gigante, mudando - como foi aprovado pela Casa, quero
voltar a esse tema - o Regime Urbanístico, e que ganhou mais 1.350 metros
quadrados agora, Ver. João Antonio Dib, sem contrapartida para a Prefeitura,
para o povo do entorno, para os moradores do bairro no que tange à doação do
terreno.
O Ver. Luiz Braz
fazia uma confusão no sentido de que uma coisa é depois de o projeto estar
sendo construído, e as medidas mitigatórias... É importante ressaltar, temos
que estar sempre fiscalizando para que as medidas mitigatórias sejam cumpridas
em vários grandes empreendimentos de Porto Alegre, é verdade que lutaremos
pelas medidas mitigatórias. Outra coisa é a doação anterior de um terreno
gratuitamente, um terreno de 1.350 metros, no entorno, onde terá 19 espigões de 73 metros de altura, ou seja, 20 metros a
mais do que permite o Plano Diretor, que foi aprovado nesta Casa, na
Legislatura passada. Quando da troca do terreno do Humaitá, onde será o novo
estádio, pelos terrenos cedidos na Zona Sul, já houve um beneficiamento, uma
diferença de 30 milhões de reais. Trinta milhões de reais nessa transferência,
mais a mudança do Regime Urbanístico, mais a altura dos prédios, mais uma área
privilegiada da Cidade que vai ser, agora, objeto de comércio, mais, Verª Maria
Celeste, os baixos salários pagos aos trabalhadores da OAS. Eu acompanhei a
greve dos trabalhadores da OAS e vi que eles ganham uma miséria. Vivem, Ver.
Tarciso, aqui, no Rio Grande do Sul, em alojamentos coletivos, 30 trabalhadores
juntos, com um banheiro e um ventilador! Trabalhadores que vieram de Salvador,
de Recife, do Nordeste. Sequer as passagens para os trabalhadores foram
garantidas, sequer as passagens a empresa pagou para esses trabalhadores, o
ressarcimento do dinheiro investido para chegar até o Rio Grande do Sul. Nós
estivemos lá, sim, para apoiar a mobilização, porque nós não aceitaremos essa
lógica de trabalho semiescravo, como me lembra a Verª Maria Celeste, Presidente
da Comissão de Direitos Humanos, nós não aceitaremos isso em Porto Alegre! E
não é pegando carona com os nossos times que são muito queridos, muito
queridos, tanto o Grêmio quanto o Internacional, que nós vamos aceitar obras
faraônicas, com milhões de isenções de dinheiro público, com doação de terreno,
com baixos salários para os trabalhadores, sem sequer contrapartida, Ver.
Tarciso. Não é o papel desta Câmara, não é o papel dos Vereadores!
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigado, Verª Fernanda. Eu só
quero deixar bem claro que tanto o Grêmio como o Internacional não têm nada a
ver com esses operários da OAS. O Grêmio está fazendo uma troca: entregar o
Estádio Olímpico, a chave do Monumental, e receber a Arena. Agora, a OAS é
outra coisa. E eu concordo contigo, acho que o trabalhador tem que trabalhar e
receber.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Muito
obrigada, Ver. Tarciso. Foi nesse sentido o nosso pronunciamento. Não vamos
aceitar...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Em todo o período do aparte, o cronômetro esteve
pausado. É que o aparte foi concedido no último segundo.
A Verª Maria Celeste está com a palavra para
discutir o PLE n° 029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, eu me sinto amplamente contemplada na fala da Verª Fernanda
Melchionna, que me antecedeu, exatamente porque ela apontou quais são as
questões que estão em jogo neste momento. Houve uma fala aqui do Ver. Luiz Braz
tentando dizer que o Plano Diretor já prevê todas as medidas mitigadoras,
compensatórias da obra. O que a Emenda garante, Ver. Luiz Braz - e isso a Verª
Sofia colocava com muita propriedade -, é que haja uma compensação do terreno,
não da obra e da construção, mas daquele equipamento, daquele terreno, daquela
rua que estará sendo totalmente ocupada - 1.350 metros quadrados - por
concreto. É isto que a Emenda da Verª Sofia quer garantir para aquela
comunidade: uma compensação ambiental na mesma proporção da rua que estará
sendo colocada. Dessa forma, a preocupação não é com a construção em si, mas
exatamente com aquilo que hoje, pela ocupação do terreno, a comunidade estará
perdendo, porque não terá como manter com medida compensatória.
E nos causa profunda estranheza que o Prefeito da
Cidade vete esta Emenda, vete uma Emenda que contempla aquela comunidade na
questão do entorno ambiental, necessário para as pessoas que moram hoje no
entorno do Estádio do Grêmio. Eu lembro muito bem - e o Ver. Beto Moesch também
fez aqui um relembrar - que sobre a obra do Inter houve toda uma discussão, e
houve uma disposição dos dirigentes para medidas compensatórias, mitigatórias,
no sentido do impacto ambiental que essas obras trariam para a Cidade.
Diferente, Ver. Tarciso, da postura da Direção do Grêmio, que não quis abrir
mão, negociar as medidas importantes de compensação para um equipamento desse
porte, tanto na questão da região do Humaitá, quanto lá, no Menino Deus, onde
hoje ainda está instalado o Estádio do Grêmio. Então, nós ficamos muito
preocupados com essa postura e, por isso, a preocupação da Vereadora em
transformar numa Emenda, para que haja, ao menos, uma compensação daquilo que
não foi possível esta Casa mediar e resolver.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Vereadora, fico muito à vontade para esclarecer que, na área do
Internacional, o Município autorizou que fossem construídos, em seus próprios
terrenos, para serem usufruídos por 30 anos, alguns prédios, em toda a Beira
Rio. No caso, essa área já está no domínio do Grêmio desde 1999, por iniciativa
do seu Governo. É uma área que é do Grêmio, que o Grêmio está entregando para
alguém que, em troca, vai lhe dar uma área de idêntico e igual tamanho. É uma
permuta pura e simples.
A SRA. MARIA
CELESTE: Não, Ver. Pujol, eu quero discordar de Vossa Excelência, não há permuta.
Há necessidade, sim, de medidas de compensações, foi isso que nós tentamos,
dentro do processo, mediar, quando o Projeto esteve aqui na Casa, para
aprovação, no final do ano passado. Mas eu queria continuar aqui, dizendo da
necessidade dessa contrapartida para a população do entorno do Menino Deus. É
disso que estamos falando em cima, apenas, desta Emenda.
O Sr. Mauro
Pinheiro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste,
é diferente. Em 1999, o nosso Governo fez uma concessão de uso. Agora não é uma
concessão de uso, vai ser uma doação para fins comerciais. Agora é definitivo,
ele vai construir um prédio comercial que vai ser vendido, e, antes, era para
uso do Grêmio. São coisas bem distintas. Muito obrigado, Vereadora.
A SRA. MARIA
CELESTE: Obrigada, Ver. Mauro, que esclareceu, com o seu aparte, a dúvida do
Ver. Pujol, que tenta aqui defender o indefensável. Eu quero aqui falar também
sobre essa construtora que estará usufruindo, nos próximos anos, por estar
construindo o estádio do Grêmio, estará se beneficiando, bem lembrado aqui pela
Verª Fernanda Melchionna. Também nos causa preocupação e estranheza o quanto
essa empresa vai ter de lucro e o quanto está explorando os trabalhadores que
ali estão. São mais de 350 operários que vieram de fora do Rio Grande do Sul,
para aqui construir, em tempo recorde, a famosa Arena
do Grêmio. E estão lá exercendo trabalho escravo, nós tivemos denúncias na
Cidade. O Ministério Público agiu corretamente, habilmente, porque nós não podemos
conceber que sob o objeto maior de que a Copa tem que sair e de que precisamos
preparar a Cidade para a Copa, tenhamos aqui, entre os maiores construtores da
nossa Cidade, a possibilidade de ter trabalho escravo, coisa que, em Porto
Alegre, nunca tivemos. Então, nós queremos aqui, também, demarcar o nosso
repúdio, acima de tudo, quanto ao lucro abusivo...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para discutir o PLE n° 029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial, por cedência de tempo do Ver. Nelcir Tessaro.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver.
Toni Proença; Srs. Vereadores; Ver. Nilo Santos, Ver. Idenir Cecchim, eu não
sei por que esse ranço do Ver. Todeschini, do Ver. Mauro. O Ver. Todeschini diz
que é republicano. Que republicano que ele é? Ele tem um verdadeiro ódio,
quando se fala em alguma coisa que é do Prefeito Fortunati. Por que isso? Por
quê? Será que eles não sabem? Será que a Verª Maria Celeste não sabe o quanto é
importante essa Arena aqui em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul? Será que a
senhora não sabe, Vereadora? Quem sabe essa empresa, a OAS, que veio aqui, não
quer ganhar nada, Ver. Pujol? Eles não querem ganhar nada! Eles vieram aqui dar
um presente para Porto Alegre! Quem paga a lei social, quem paga o funcionário,
quem paga o engenheiro, quem vai pagar as compensações? Essa empresa não pode
ganhar nada! Só pode ganhar, quando eram eles que mandavam. Isso, sim! Aí podia!
Podia muito. Por quê?
O Internacional,
Vereador - nem gosto de falar muito, porque não sou colorado -, só quero
lembrar que, logo ali, na frente do Internacional, tem uma Escolinha do Grêmio,
só que a Escolinha do Grêmio tem acesso para todo o mundo chegar na beira da
orla. Ali no Inter, não tem. E eu nunca fui contra o Internacional! Aliás,
votei favoravelmente aqui, quando foi para ceder o terreno para 20 anos. E
agora, com esta Emenda aqui, querem parecer bons, queridos, e fazer negócio
com o dinheiro dos outros. Aí é fácil, dar isenção com o dinheiro dos outros é
fácil, Ver. Mauro Pinheiro, isso é muito fácil! Eu não sei por que V. Exª, que
vem do setor privado também, é contra os empresários. Então, Vereador, eu quero
dizer, mais uma vez, que não podemos botar empecilho para a Cidade crescer,
porque a Cidade precisa crescer. A Arena vai sair de qualquer jeito, vai sair e
pronto! Vai sair, porque aqui a maioria dos Vereadores quer que Porto Alegre
avance, para nós não ficarmos aqui, nessa lengalenga, discutindo uma Emenda
durante dois meses.
O Sr. Nilo
Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, muito
me surpreende algumas pessoas falarem em orla, em devolver a orla para a
Cidade. Isso é uma barbaridade! Enganaram as pessoas, quando foi apresentado o
Projeto do Pontal do Estaleiro, dizendo que as pessoas não teriam acesso à orla
com a construção dos prédios. Enganaram, porque o Projeto previa marina
pública, previa acesso. Agora, querem bater no Grêmio e no Inter, porque não
tem acesso. Não batem nas empresas de concreto usinado, não batem nos clubes -
tem o Sava Clube, tem o Jangadeiros, tem mansões construídas na orla, e não
batem!
O SR. ALCEU
BRASINHA: Ver. Nilo, não batem nem no Carrefour, que, quando negociou as compensações
no bairro Passo da Areia, quebrou todo mundo, está todo mundo quebrado. Isso
eles não falam! Tem que falar no passado de vocês também.
O Sr. Nilo
Santos: E outra! É jogo baixo querer argumentar que os trabalhadores são
maltratados. Isso foi algo temporário, me parece que foi corrigido. E outra,
Ver. Brasinha, ninguém é bobo. Se estão trabalhando, é porque estão ganhando,
Ver. Brasinha! Então, o empreendedor, o gerador de emprego sempre toma laço,
sempre toma laço! E quem não emprega ninguém não pode bater em quem emprega,
Ver. Brasinha.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Por isso mesmo, Ver. Nilo, hoje, quando alguém quer colocar uma empresa,
vai pensar muito, porque, se der emprego, é um mau patrão, tudo acontece.
Mas também quero lembrar, Ver. Luiz Braz, o que V.
Exª falou antes, lá do Zaffari. O Zaffari também está construindo um novo
empreendimento na Av. Grécia que vai custar mais de 8 milhões de reais, e o
projeto não passou por aqui! Por que eles querem tanto agora? É um projeto que
é do Grêmio, é um projeto que vai propiciar milhares e milhares de empregos.
Ninguém sabe o tamanho do Grêmio. Ninguém sabe o que o Grêmio proporciona na
Cidade, quando tem um evento grande. Ninguém sabe! Desde o “picolezeiro”, desde
o pipoqueiro lá, sobrevivem em cima do Grêmio. Então, meus amigos, nós não
podemos dificultar isso. Ver. Mauro Pinheiro, o senhor era mais generoso antes!
O Sr. Mauro
Pinheiro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha,
ninguém é contra o Grêmio, ninguém é contra empresário, nós somos a favor do
desenvolvimento da Cidade. Nós estamos discutindo a doação de um terreno
público e nós queremos, simplesmente, que haja uma contrapartida. É só isso,
Ver. Alceu Brasinha. Muito obrigado.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Mas, Vereador, teve várias contrapartidas, e o senhor ainda quer mais? É
o problema desse terreno de mil e poucos metros? O Grêmio já ajudou muito Porto
Alegre, contribuiu com a cidade de Porto Alegre. Não pode, Verª Sofia, nós nos
pendurarmos num fio desencapado de luz e ficarmos pendurados, segurando!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ADELI
SELL: O pessoal da empresa Claro vai sair em seguida. Então, os Vereadores que
não levaram o seu modem para fazer a
adaptação necessária para o bom funcionamento aproveitem, porque eles ainda se
encontram aqui. E, por favor, entreguem-nos as folhas com os locais onde há
queda de sinal de telefone, para que a gente possa resolver esse grave problema
que nós estamos tendo com essa empresa.
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Vereador.
O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLE n° 029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, eu estava escutando atentamente os Vereadores falando aqui; o
Ver. Nilo Santos, principalmente a Verª Celeste, falando sobre as más condições
dos trabalhadores na empresa. Eu até acho que tem que se exigir, é obrigação do
empregador dar boas condições de trabalho. Com isso estamos todos de acordo.
Mas logo a Verª Maria Celeste, que ficou...
A Srª Maria
Celeste: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, eu não
falava só das más condições de trabalho. Falava, inclusive, que os
trabalhadores sequer têm as suas carteiras assinadas. Obrigada.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Todos nós estamos de acordo, tem que assinar a carteira e dar condições
de trabalho. Mas eu só estranhei, Vereadora, no comentário de dar dignidade
para trabalhar, que tem que se dar. Mas e para morar, Vereadora? O PT que
deixou por quase 30 anos a Vila Dique no meio do esgoto? Aquelas pessoas
morando lá é dignidade, Vereadora? Deixar as pessoas que recolhiam lixo morarem
embaixo do viaduto na Av. Castelo Branco, que o PT deixou por 15 anos, é dar
dignidade para o trabalhador? Aquelas pessoas pareciam ratos trabalhando lá! Eu
estive lá com o Irmão Cecchim, e eles estavam lá, trabalhando igual a ratos!
Isso é dignidade, Vereadora? Como é que a senhora não lembrou aquela vez? No
Governo Fogaça, nós fizemos um galpão digno, lá, bem na saída. Isso é dar
dignidade, um pouquinho de dignidade. Fazer as pessoas ganharem dinheiro
puxando carroça no meio da Cidade, como vocês fizeram nesses anos, fazendo de
conta que lixo é trabalhar, isso é dar dignidade, Vereadora? Não é! Não é!
Então, tem que pedir dignidade sempre, mas, principalmente, tem que ter
coerência. Não é assim que se dá dignidade para as pessoas! Não é com o ditado
“faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Exemplo se segue; se dá o
bom, ou o mau exemplo. A senhora não deu bom exemplo quando foi Governo, o seu
Partido. A senhora acho que não trabalhou nesse setor, para fazer justiça. Mas
a senhora é uma Vereadora atuante, é minha vizinha lá da Zona Norte, e vizinhos
se conhecem, mas eu não conhecia essa sua faceta de exigir e não dar.
Quem trabalha em Porto Alegre, tem a Delegacia do
Trabalho, que agora é Superintendência do Trabalho, que cuida muito. Quando é
uma obra grande, como a do viaduto, como a da OAS, essa Superintendência está
lá. Agora, quando é uma obrinha lá na vila, onde os caras quase morrem
eletrocutados, essa tal de Superintendência do Trabalho não aparece. Ela só
cuida dos grandes, onde dá menos trabalho; nas construtoras grandes, eles estão
lá todos os dias. Agora, na obra lá fora, no meio da vila, onde as pessoas
correm todos os riscos, sem nenhum EPI, sem nada, lá não aparecem. Então, é
muito fácil exigir, eu concordo que tem que exigir. Na minha empresa, eu cuido
de todos os EPIs, dou dignidade para as pessoas, e os salários são sempre
maiores do que os sindicatos pedem. Mas, para exigir, tem que dar bom exemplo.
Infelizmente, o PT, nesses anos todos, não tem dado bom exemplo de dignidade
para os trabalhadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir o PLE n° 029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Toni
Proença, Presidente Sofia, colegas Vereadoras e Vereadores; inicialmente, Ver.
Pujol, Conselheiro de grandeza do Grêmio, aquele sítio já está ocupado pelo
Grêmio há mais de 50 anos, correto? Verª Sofia, eu acho que V. Exª poderia,
desnecessariamente, a meu ver, ter enfrentado essa matéria quando se tratou do
principal, não do acessório. Esta Casa debateu, madrugadas adentro, o Regime
Urbanístico que permitiu que lá sejam construídas 19 torres de 72 andares, e
parte do pagamento da OAS vai ser feito com esse empreendimento do Grêmio. Isso
foi aceito pela maioria da Casa, isso está resolvido, está transitado em
julgado. Agora, o que o Prefeito pediu é de singeleza. Veja, Ver. Brasinha, o
Projeto diz assim: “Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a doar ao
Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, o próprio municipal proveniente do leito da
Rua Dona Cecília, distante 130 metros da Av. Dr. Carlos Barbosa, a seguir descrito...”.
Então, é um pedacinho de terra desse tamanho que, para viabilizar... E não é só
esse, Vereador, nós votamos este Projeto e outros de pequenos encravamentos que
havia ali. O que a nossa Lei Maior diz? Que, em qualquer empreendimento com
mais de cinco mil metros quadrados, Presidente, são obrigatórias as
compensações. E vou dar um exemplo: a Av. Diário de Notícias é uma obra que
custou 12 milhões de reais para a Multiplan, doada para o Município de forma
muito justa. A Goldsztein, quando fez aqueles prédios ali perto, se comprometeu
a duplicar a Av. Wenceslau Escobar até o Supermercado Nacional. O Zaffari,
quando faz uma obra na Av. Grécia, tem que fazer. Tem que fazer, quando faz
qualquer obra, isso é obrigatório, Presidente! E, às vezes, a obra não é
naquele local. Ninguém pode, Ver. Paulinho, pensar em fazer o empreendimento do
Grêmio, Presidente, sem abrir a Av. Cel. Mazeron, por exemplo, seja para a Copa
ou não! É inaceitável! Como nós tivemos a cautela - e eu lembro muito bem, Ver.
Nilo! - de colocar vedações para, por exemplo, não acabar com o comércio da
Azenha, um dos mais tradicionais desta Cidade.
Quero dizer aqui, em
alto e bom som: eu, que estou chegando ao final de uma caminhada nesta Casa no
ano que vem, só vejo boas intenções aqui. Acho que o Vereador, quando faz uma
emenda, ele faz com boa intenção, assim como um projeto. Mas, às vezes, pode
ter que... Então, eu não vou votar com V. Exª, porque acho que é desnecessário,
não preciso fazer isso, porque a lei assim determina. Acho que o Veto do
Prefeito está correto, não tem nenhum absurdo e não precisa de Emenda para
fazer o que é necessário fazer.
Quanto à OAS
maltratar funcionário, eu diria que o Brasil está vivendo, graças a Deus, uma
época de quase pleno emprego. Falta muita mão de obra qualificada neste País. E
acho que, Ver. Cecchim, quando V. Exª foi Diretor da SMIC, muito ajudou nisso,
e o Brasil precisa dar um salto enorme. Essa empresa é uma das que mais ganham
concorrência no Governo Federal. Acho que vale uma devassa na obra do Grêmio,
nas obras dos Governos Estaduais e nas do Governo Federal, pois é uma das
empresas que mais obras fazem neste País! Eu me somo de fio a pavio nesta
posição. Agora, não podemos tratar só da árvore.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª me deu um estribo para montar num
tordilho que está passando. Só para complementar: alguns Vereadores do PT e de
outros Partidos se queixam de gastos com dinheiro público nesta Copa - eu só vi
os do PT reclamando -, mas eles não se lembram de que o Governador da Bahia vai
gastar 400 milhões de reais para fazer um estádio, só de dinheiro público! Não
é a OAS: ela vai fazer, mas vai cobrar! O Rio de Janeiro vai gastar outra
fortuna com o Maracanã! Não é dinheiro privado, é para o Maracanã, e,
provavelmente, a OAS vai fazer o de São Paulo, do Paraná, do Amazonas, tudo com
dinheiro público, do Governo Federal. Mas lá esse dinheiro todo saiu das
lágrimas do Lula, quando a Copa veio para o Brasil.
A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite
um aparte?
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu
sei que meu tempo está esgotado, mas, se V. Exª permitir, concedo honrosamente
um aparte à Verª Fernanda.
A Srª Fernanda Melchionna: Ver.
Sebastião Melo, quero agradecer pelo aparte e dizer que é fundamental uma
investigação nacional. Nós estamos vendo a revolta e a luta dos trabalhadores
em vários Estados do Norte e do Nordeste, nas obras do PAC. Uma das
empresas que aparecem na superexploração do trabalho é a OAS, e a Camargo
Corrêa também, entre outras que estão massacrando os trabalhadores que estão
atuando nas suas obras. Então, quero concordar com Vossa Excelência:
investigação em Porto Alegre e também no Norte e Nordeste.
O SR.
SEBASTIÃO MELLO: Presidente, não tenho mais tempo, mas quero dizer
que tenho convicção de que não é necessária a Emenda para poder ter compensação
nesse caso concreto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLE n° 029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Toni Proença; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
cidadãos e cidadãs de Porto Alegre; sempre que se faz a doação de uma coisa
pública, eu já fico um pouco preocupado, mas sou daqueles, Verª Fernanda, que acham
que não há nenhum problema em fazer trocas, permutas, pois uma nesga para a
Prefeitura pode não significar quase nada, mas, para um empreendimento ao lado,
pode significar muita coisa. Por exemplo, ali no Viaduto Otávio Rocha, tem uma
pequena nesga de terra pública que não vale para absolutamente nada. Quem sabe,
um dia, a gente consiga fazer uma parceria, e alguém ajude a restaurar o
Viaduto, com aquela nesga. E aquele estacionamento que tem ali no Viaduto é
outra parte grande que poderia, de repente, resolver o problema, pois não temos
dinheiro público para fazer a restauração que precisa ser feita. Isso é
possível, isso é legal, é constitucional, é bom para a municipalidade, ganha a
população. Eu estou intrigado com essa questão, porque tentei fazer quatro
Emendas na fatídica noite em que disputamos aqui, até a madrugada, com a OAS e
com o Grêmio - meu time, por sinal. Eu fiquei furioso naquele dia, porque,
enquanto o Inter aceitou nove Emendas no seu Projeto, e várias delas eu redigi
com os colegas aqui, nenhuma das Emendas do Grêmio foi aprovada; nem foram
aceitas, na verdade. Por exemplo, a abertura da Rua Gastão Mazeron: que
maravilha, a OAS vai ter resolvido o problema! No PAC da Copa, está prevista a
ampliação, furar a Gastão Mazeron, para fazer a rótula com a Moab Caldas.
Resolvido o problema: não vão gastar nada, vão levar de lambuja a abertura da
Gastão Mazeron. Isso já é mais uma dívida que a OAS tem com a Prefeitura e o povo de Porto Alegre. Eu estou anotando isso.
Eu acho que seria correto aprovarmos essa Emenda, porque não vejo nenhum
problema nela. E, quando se fala aqui que a lei garante, eu já vi muitas coisas
que as leis garantem, e, depois, não é resolvido o problema dessa chamada
garantia. Então, venho, com muita tranquilidade, fazer este debate, porque acho
que precisamos de uma atenção muito grande para com a coisa pública, e os times
de futebol têm condições, pelas negociações que fizeram, especialmente pela
troca que foi feita, de oferecer uma contrapartida. Inclusive, Ver. Ferronato,
eu propus que se fizesse uma pequena obra de engenharia onde vão ser
construídos os 19 prédios, no atual local do Estádio Olímpico, para que
tivéssemos uma saída subterrânea para a Rua Mato Grosso e, outra, para a Rua
Goiás, duas ruas que dariam condições para desafogar o trânsito. Se isso não for feito, não precisa ser especialista em transporte e
circulação de trânsito e acessibilidade, Ver. Elói Guimarães: trancará a Av.
Dr. Carlos Barbosa totalmente! Se nós queremos ter uma Av. Carlos Barbosa
desafogada, a saída dessas edificações, em direção ao Centro, deverá ser feita
através de uma trincheira, por debaixo da Av. Carlos Barbosa, para acessar,
Ver. Mario, a Rua Goiás e a Rua Mato Grosso. São coisas simples, não muito
caras, mas necessárias.
Mas, em Porto Alegre,
Ver. João Dib, há uma certa teimosia em fazer certas coisas, porque aqui nós
teimamos e gostamos do atraso e do conservadorismo. Temos dificuldade em ter
ousadia e determinação para fazer o novo e resolver os problemas. Resolvam-se
os problemas! Tenhamos ousadia! Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação o
PLE nº 029/10 (Art. 2º). A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE n° 029/10 (Art. 2º), com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Toni Proença,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu faria a discussão mais uma
vez, mas resolvi encaminhar, pois sei que há um acordo para agilização. Mas
achei importante responder alguns elementos, acho que o debate é bem profícuo.
Primeiro, todos nós sabemos que, na aprovação do Projeto que a OAS vai
desenvolver no lugar da Arena do Grêmio, a Prefeitura, com suas diferentes
Secretarias, vai estabelecer as medidas mitigatórias do impacto, vai
estabelecer as necessidades que a empresa terá que responder em relação a meio
ambiente, a trânsito, etc., etc. Mas, sobre este Projeto, Ver. Sebastião Melo,
quero aqui deixar bem claro que não havia como agir sobre ele, porque o tema
dessa Rua Dona Cecília não entrou no debate do Projeto da Arena do Grêmio, em
dezembro do ano passado. A bem da verdade, nós propusemos várias medidas que
não foram aceitas aqui, como o Ver. Adeli Sell já referiu, tanto que esta
Vereadora e vários outros Vereadores votaram contra o Projeto. Mas vamos supor
que tenhamos nos esquecido de que tinha que ver esse tema da rua. Não, essa rua
quem esqueceu foi a Prefeitura, tanto que, posteriormente, a empresa foi olhar
e constatou que tinha uma área que ainda era pública. Aí eu repito para a sociedade: nós temos uma rua pública que, por ato da
Prefeitura de Porto Alegre, está, pura e simplesmente, sendo doada para a OAS.
E essa doação, por ser uma lei, blinda qualquer contrapartida: é uma doação,
pura e simplesmente.
A OAS fará bem para a
Cidade, então, que leve a rua; o Grêmio fará bem para a Cidade, que tome 1.350
metros quadrados! Nós sabemos que, para a Arena do Grêmio se viabilizar, não
tem necessidade de receber essa rua gratuitamente! Não tem, porque a Arena do
Grêmio está viabilizada por 2 mil e 800 apartamentos que serão construídos no
Humaitá. E mais do que isso, que serão construídos aqui, no lugar da Arena do
Grêmio; mais do que isso, a OAS vai explorar shopping center, hotel... Quantos anos vai ficar a Arena na mão da
OAS, Ver. Brasinha? Trinta? Vinte anos! Então, está
muito bem, a OAS já recebeu todo incentivo fiscal possível. Repito à população:
ICMS, ISSQN da construção, nada disso a empresa vai pagar. Nada disso! Então, já há muito incentivo fiscal. No momento do empreendimento, bom,
aí é o empreendimento, aí é o Plano Diretor, aí a Prefeitura vai exigir as
contrapartidas. Aqui se trata de uma área pública que o Governo, na época, não
viu que precisava doar, e que será incorporada ao empreendimento privado.
Portanto, a OAS vai vender parte dessa área pública, provavelmente, ou será uma
via interna do prédio, e nós estamos tentando apenas, Ver. Haroldo, proteger
esse patrimônio público. Se ela precisa - e demos acordo, porque fizemos a
Emenda, senão, não daríamos acordo -, porque a OAS precisa, está bem. Vai ser uma
rua no meio daquele empreendimento, está bem. Então, vamos trocar por um
benefício para aquelas comunidades. De fato, na ponta da Av. da Azenha, na Av.
Tronco, não há uma praça, um playground,
um posto de saúde que seja, Ver. Brasinha. Isso será uma barbada para o enorme
empreendimento que a OAS vai fazer ali. Votamos com a Emenda, e, agora, o
Prefeito, ao retirar a Emenda, tira a tranquilidade com a qual votamos.
Então, o apelo que eu
faço é que não se faça uma doação, pura e simplesmente, para uma empresa que já
teve todos os incentivos possíveis e imagináveis e que se viabiliza pelos
incentivos públicos. Esta é uma rua pública que vai deixar de ser pública,
passará a ser privada. Terá que ter, pelo menos, alguma contrapartida para o
conjunto da população. Esta é a intenção da Emenda que o Prefeito Fortunati
vetou. Eu peço aos Vereadores, nobres Pares, que derrubemos o Veto.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Não há mais
inscrições para encaminhamento. Em votação nominal o PLE nº 029/10 (Art. 2º).
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto
(Art. 2º) por 08 votos SIM e 20 votos NÃO. Mantido
o Veto Parcial (Art. 2º).
O
Ver. Reginaldo Pujol entrega sua Declaração de Voto à Mesa.
Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que solicita Licença
para Tratar de Interesses Particulares, no período de 30 a 31 de março de 2011.
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 4098/09 – VETO
PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 190/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que cria a Feira de Artesanato da Tristeza e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, §
4º, da LOM;
- votação
nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação
do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo
dia: 02-03-11 (quarta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em discussão o PLL nº 190/09 (Parágrafo único do art. 1º), com Veto
Parcial. (Pausa.) O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o
PLL nº 190/09 (Parágrafo único do art. 1º), com Veto Parcial.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente Toni Proença, Vereadores e Vereadoras; este Projeto
cria a Feira do Artesanato da Tristeza. A Verª Sofia Cavedon é testemunha da
reunião que nós fizemos, lá na Tristeza – não é, Verª Sofia? -, uma linda reunião,
com muitas presenças. Já está em andamento a efetivação dessa Feira. O Veto do
Prefeito é apenas sobre uma pequena obrigação que eu dei à Prefeitura, o que
tornaria inconstitucional o meu Projeto. Por isso o Prefeito vetou, eu estou de
acordo com o Veto, podemos aceitar o Veto. Eu peço que os meus colegas
acompanhem, por gentileza.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Não há mais quem queira discutir. Em votação
nominal o PLL nº 190/09 (Parágrafo único do
art. 1º). (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto (Parágrafo único do art. 1º) por 20 votos NÃO e 06 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto (Parágrafo único do art. 1º).
Apregoo Requerimento nº 015/11, de autoria da Verª
Fernanda Melchionna e do Ver. Pedro Ruas, que apresenta Moção de Repúdio ao
Deputado Federal Jair Bolsonaro.
O SR. PEDRO
RUAS (Questão de Ordem): Consulto V. Exª, Ver. Toni Proença, se o
Requerimento de Moção de Repúdio que será votado agora permite discussão. Se
não for o caso, sendo só encaminhamento, o PSOL indica a Verª Fernanda
Melchionna para encaminhar. Se houver discussão, vou me inscrever.
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Por se tratar de Requerimento, é só encaminhamento.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 015/11 – (Proc. nº 1257/11 – Fernanda
Melchionna e Pedro Ruas) – requer Moção de Repúdio
ao Deputado Federal Jair Bolsonaro.
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação o Requerimento nº 015/11. (Pausa.) A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº
015/11.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Toni; primeiro, gostaria de
agradecer ao Ver. Pedro Ruas, nosso Líder do PSOL, que me cedeu o tempo, assim
como agradeço a todos os Líderes Partidários que se sensibilizaram com a nossa
Moção e a incluíram, prontamente, na Ordem do Dia de hoje. De fato, o Deputado
Jair Bolsonaro passou de qualquer limite aceitável dentro da democracia. Não
vamos debater aqui, Ver. Pedro Ruas, a trajetória notória de defesa da ditadura
militar que tem esse Deputado, ou mesmo a campanha que ele fez contra a busca dos corpos dos assassinados pela ditadura
militar. Pois o mesmo Deputado colocou, em frente a seu gabinete, um cartaz
dizendo que quem procura osso é cachorro, quando nós estamos buscando a
verdade, no Brasil, a respeito das torturas, da violência ocorrida na ditadura.
Essa Moção se refere especificamente às últimas declarações homofóbicas,
racistas, lamentáveis, que chocam o Brasil e configuram, claramente, como bem
me lembrou o Ver. Pedro Ruas antes do meu encaminhamento, quebra de decoro
parlamentar. Nós não podemos aceitar que um Deputado vá ao programa “Custe o
Que Custar” - o “CQC” - e, quando entrevistado pela cantora Preta Gil e
perguntado o que faria se seu filho namorasse uma mulher negra, diga que, na
família dele, não existia esse tipo de promiscuidade, porque seus filhos tinham
sido educados. Isso é absolutamente, indiscutivelmente, uma das declarações das
mais racistas que eu já ouvi. Para nós, para o Movimento Negro, o movimento dos
negros e negras que conquistou, que lutou e conseguiu colocar o racismo como
crime previsto na legislação brasileira, ter um Deputado fazendo esse tipo de
declaração é uma vergonha para o Parlamento brasileiro. É uma vergonha e uma
afronta ao povo brasileiro, e é uma vergonha e uma afronta aos negros e negras
do nosso País! Além disso, logo depois, foi perguntado o que faria se um filho
namorasse uma pessoa do mesmo sexo. E, novamente, disse o Deputado que isso nem
passava pela cabeça dele, porque seus filhos eram educados. Ora, quanta
homofonia, quanto preconceito, quanto racismo representado lá no Congresso. Nós
não podemos nos calar diante dessa afronta à democracia, não podemos nos calar
diante do atentado à liberdade de expressão, não podemos nos calar diante
dessas falas, dessas declarações homofóbicas que incitam o ódio racial dos
brancos sobre os negros, que, aliás, muito sofreram na história deste Brasil
com a escravidão, muito sofreram com o fim da escravidão, sem haver reparação
do Estado brasileiro às violências cometidas na história do nosso País. E ainda
ter que ouvir da boca de um Deputado uma vergonha, uma afronta, um crime
racista de alguém que deveria representar o conjunto do povo brasileiro por ser
Parlamentar.
Eu tenho certeza de
que essa Moção vai ser aprovada por unanimidade, eu tenho certeza de que a
Câmara Municipal dos Vereadores de Porto Alegre não vai se calar diante desse
absurdo, assim como tenho certeza de que os movimentos sociais, o Movimento Negro,
o Movimento pela Liberdade e Orientação Sexual também não se calarão, seja
através das moções, das cartas, do processo da Preta Gil - e eu gostaria de
parabenizá-la nesta tribuna por processar o Deputado -, mas, sobretudo, nas
ruas, para dizer que o povo brasileiro já cansou dos anos de chumbo da sua
história, para dizer que o povo brasileiro muito preza aqueles que lutaram pela
democracia e que lutaram para constituir o racismo como crime, que o povo
brasileiro não vai se calar diante da homofobia, daqueles que não aceitam o
direito de amar, independente do sexo. Eu tenho certeza de que o povo
brasileiro não perdoará esse Deputado, e de que a Câmara Municipal votará, por
unanimidade, favorável a essa Moção de Repúdio ao Jair Bolsonaro. Além disso, é
necessário imediatamente discutir, porque é evidente que o Deputado quebrou o
decoro parlamentar. Viva a democracia!
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, eu
quero registrar o meu descontentamento, pois, como Líder da Bancada do PTB, eu
não fui consultado sobre essa Moção, apesar de nós não termos dificuldade
nenhuma em votar. Obrigado.
O SR. PEDRO RUAS: Só um registro. No
momento em que o Ver. Nilo Santos foi chamado fora do plenário, naquele
momento, nós entregamos uma cópia do Requerimento a todos os Líderes e
consultamos o PTB por intermédio do Ver. Alceu Brasinha, já que o Ver. Nilo
estava atendendo fora do plenário. Então, não houve, de nossa parte, tentativa
de exclusão do PTB, Vereador.
O SR. NILO SANTOS: Se consultou o Brasinha,
consultou o homem que tem o maior poder dentro deste Partido. Então, eu retiro
a minha manifestação anterior.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Agradeço a V.
Exas pelo espírito de harmonia e conciliação.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação o Requerimento nº 015/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 009/11 – (Proc. nº 1005/11 – Mesa Diretora) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 3 de maio, às 17 horas,
destinada a assinalar o transcurso do Dia das Mães.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação o Requerimento nº 009/11. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 010/11 – (Proc. nº 1143/11 – Ver. Nilo
Santos) – requer seja o período de Comunicações do dia
9 de maio destinado a assinalar o transcurso do aniversário do Conselho Geral
do Clube de Mães.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação o Requerimento nº 010/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2731/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 021/10, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o Diploma
Honra ao Mérito ao senhor Anselmo Francisco Amaral.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Pedro Ruas: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. DJ Cassiá: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 23-03-11.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em discussão o
PR nº 021/10. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PR nº 021/10.
(Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do
PR nº 021/10.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver.
Toni; meus colegas Vereadores, minhas colegas Vereadoras, senhoras e senhores;
Ver. Elói Guimarães, Ver. Pedro Ruas, este cidadão tem 96 anos, o Sr. Anselmo
Amaral. Ele é lá das barrancas, da divisa do Uruguai, da nossa querida Santa
Vitória do Palmar. Quem me pediu que fosse feito este Projeto, Ver. Cecchim,
encaminhou, foi o nosso querido Luiz Afonso, não o Diretor Legislativo, mas o
Luiz Afonso, do Alegrete, nosso poeta. O Anselmo é um escritor, um advogado da
melhor qualidade, mas eu diria, Pedro, que, nos momentos mais duros do tacão da
ditadura, e a história está aí, foi o Anselmo que tirou algumas centenas de
presos políticos do nosso Rio Grande, das masmorras da ditadura. Tenho feito
aqui poucos reconhecimentos, mas eu, que conheço bem a história dele, achei que
seria extremamente oportuno que esta Casa concedesse, Dib, o Diploma Honra ao
Mérito ao Sr. Anselmo Francisco Amaral, essa figura magnífica, extraordinária,
que já foi reconhecida pela Ordem, por serviços prestados, que já foi
reconhecida por tantos segmentos da sociedade. Dentre tantos feitos seus pelo
Brasil e pelo Rio Grande, muitos ele fez por esta Cidade. Então, vamos
recebê-lo aqui com os seus quase 97 anos - que bom que a gente possa chegar lá!
Por isso peço votos para aprovar esse justíssimo reconhecimento a esta figura
magnífica que é o Dr. Anselmo Amaral. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o PR n° 021/10. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 17h35min): Está encerrada a Ordem do Dia.
Antes
de entrar no período de Pauta, quero mostrar a V. Exas a pasta institucional que o setor do Cerimonial, a
Diretoria de Atividades Complementares elaborou, para termos uma pastinha, Ver.
Tessaro, com o emblema da Câmara, para V. Exas, quando
precisarem entregar um documento a algum órgão público ou para uma visita.
(Mostra a pasta.) Nós temos no Cerimonial, temos na Presidência, está à
disposição do conjunto dos Vereadores, com o emblema da Câmara e com o
endereçamento no verso.
(Aparte antirregimental do Ver. Nilo Santos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Não se preocupe, Ver. Nilo, que esta cor é uma cor
masculina também.
O SR. NILO
SANTOS: Eu quero parabenizá-la pela iniciativa e dizer que essa cor é linda,
mas, se houver a possibilidade de fazer a pasta de outra cor...
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Azulzinha?
O SR. NILO
SANTOS: Azulzinha... Até vermelhão! Qualquer... Obrigado, Srª Presidente.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Para a segunda leva, nós aceitamos sugestões.
Também quero informar ao conjunto dos Vereadores que, desde ontem, estão saindo
cem mil fôlderes da Câmara de Vereadores, com entrega domiciliar pelos
Correios, aquele fôlder que vocês conhecem, institucional, divulgando os
telefones de Defesa da Criança e do Adolescente, divulgando a nova data da
eleição do Conselho Tutelar, fôlderes esses patrocinados pela Corag, não
tiveram custo de elaboração. Mesmo o caderno das Leis da Criança e do
Adolescente está sendo feito pela Corag, sem custo. O nosso custo será, apenas,
o da entrega domiciliar pelos Correios.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0482/11 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/11, de autoria do
Ver. Dr. Thiago Duarte, que dispõe normas para incentivo fiscal a pessoas
jurídicas que apoiem financeiramente a realização de projetos para o
fortalecimento da saúde pública no Município de Porto Alegre. Com
Emendas nos 01 e 02.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0469/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 012/11, que cria o
Grupo Especialidade Médica e a classe de cargos de Médico Especialista no Anexo
I, letra “a” – Do Quadro de Cargos de Provimento Efetivo –, cria a
Especificação de Classe dessa classe de cargos, no Anexo I, letra “b” –
Especificações de Classes –, extingue a classe de cargos de provimento efetivo
de Médico, cria a classe de cargos de Médico Clínico Geral, no Grupo Executivo
e Assessoramento Superior, no Anexo I, letra “a” – Do Quadro de Cargos de
Provimento Efetivo –, cria, no Anexo II, tabela de pagamento da Classe Médico
Clínico Geral e de Médico Especialista, extingue, à medida em que vagarem, os
cargos efetivos de Médico Clínico Geral, altera e inclui inc. XI no parágrafo
único do art. 4º, todos da Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988.
PROC.
Nº 0821/11 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 003/11, de autoria do
Ver. Luiz Braz, que altera o inc. IX do art. 70 da Lei Complementar nº 7, de 7
de dezembro de 1973, e alterações posteriores – que institui e disciplina os
tributos de competência do Município –, incluindo no rol de isentos do
pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana as
pessoas portadoras de Esclerose Múltipla.
PROC.
Nº 0838/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 021/11, de autoria do
Ver. Idenir Cecchim, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor
Luiz da Gama Mór.
PROC.
Nº 3997/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/10, de autoria do
Ver. Carlos Todeschini, que inclui a atividade Prédios Públicos no Anexo 10.1
da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 – Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre (PDDUA) –, e alterações
posteriores.
PROC.
Nº 1071/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 013/11, que autoriza o
Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) a desafetar e alienar imóveis
de seu patrimônio.
PROC.
Nº 3642/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 024/10, de autoria da
Verª Fernanda Melchionna e do Ver. Pedro Ruas, que inclui § 4º no art. 2º e
altera o caput do art. 3º da Lei Complementar nº 320, de 2 de maio de
1994, e alterações posteriores, dispondo sobre a denominação de logradouros e
equipamentos públicos e de próprios municipais com nomes de pessoas, e determina
que o Poder Público Municipal promova a retirada de placas, retratos e bustos e
a alteração da denominação de logradouros e equipamentos públicos e de próprios
municipais que especifica. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 0579/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 011/11, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui a Marina da Harmonia e dá outras
providências.
PROC.
Nº 0918/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 024/11, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que concede o título de Cidadã de Porto Alegre à irmã
Conceição Inaia de Andrade.
PROC.
Nº 1000/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 026/11, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Marco Aurélio Argemi o logradouro
público cadastrado conhecido como Rua 7038.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
desde já, cumprimento a Presidente e a Mesa pelas iniciativas. É importante
este momento de Pauta, para que possamos avançar nas discussões dos Projetos
realmente importantes para a Cidade, como é a grande maioria dos aqui
apresentados. Estamos na segunda Sessão de Pauta de um Projeto de Lei do
Executivo, que vem trazendo a esta Casa a perspectiva de uma nova realidade na
área da Saúde pública de Porto Alegre. É um Projeto que cria 1.064 cargos de
médicos especialistas e 300 cargos de médicos clínicos gerais. Os médicos
municipários poderão passar por um reenquadramento geral que vai proporcionar,
na realidade, o acesso a um novo plano de carreira para a área da Saúde, muito
especialmente para a área médica de Porto Alegre. Sabemos que, ao longo de mais
de duas décadas, essa situação na Saúde pública vem trazendo alguns conflitos
importantes, como carga horária e salário. São cargas horárias, muitas vezes,
não cumpridas totalmente, salários lá embaixo, que não são reajustados como
deveriam. Então, é um momento oportuno, porque quem perde em situações como
essa é a sociedade, que não tem o atendimento necessário, devido, na sua
integralidade. Nós precisamos realmente avançar muito para que os médicos
possam novamente vir a trabalhar no setor público do Município de Porto Alegre,
porque, com salários muito baixos, os médicos não procuram os concursos. Os cargos
são criados, os colegas entram, ficam alguns meses,
se desiludem, saem e vão tomar outros rumos na vida profissional. Nós estamos
vivendo muito de médicos que já estão há bastante tempo no serviço público, que
não querem perder a sua aposentadoria e, por isso, acabam permanecendo de uma
maneira não propositiva, mas, vamos dizer assim, porque se trata da sua
subsistência. Então, nós precisamos efetivamente de uma nova ação nesse sentido
que venha a fazer com que a nossa cidade de Porto Alegre, a nossa rede de Saúde
pública possa reconhecer essas matérias. Não apenas reconhecer, mas, também,
trabalhar e construir, em cima deste Projeto que agora a Prefeitura tomou a si,
com a necessária atitude de trazer à Casa, para que possa ser discutido,
votado, emendado, enfim. Vai ser muito importante essa discussão que se está
iniciando, recém o Projeto está entrando em segunda Sessão de Pauta, mas nós
temos a convicção de que as entidades que têm militância na área da Medicina,
na área da Saúde, vão estar, como sempre, presentes, vigilantes, atuantes.
Quero ressaltar o Conselho Regional de Medicina, que tem se demonstrado
equânime, propositivo, trabalhando em prol do médico de uma maneira adequada.
Eu creio que ele não vai faltar também nesta hora, quando nós estamos tratando
de uma ação que vai qualificar, por muitos e muitos anos, o nosso sistema de
Saúde pública. O diálogo é muito importante nessa matéria. O conhecimento
profundo da estrutura da Saúde pública da Cidade cada vez se faz mais oportuno
e mais necessário, para que nós possamos, através de uma atitude séria,
sensata, bem pensada, fazer essa modificação no que hoje temos, para uma
realidade melhor, mais digna, para que possamos fazer com que quem ganhe com
tudo isso seja a população da cidade de Porto Alegre. Dessa maneira, nós
teremos mais emergências funcionando, mais postos de saúde nas periferias, mais
leitos hospitalares, porque nós sabemos que sem médicos, sem médicos
adequadamente remunerados, não se faz Saúde pública. Obrigado, e saúde para
todos!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Lembro os
Vereadores que mantemos a Ouvidoria. Para abril, no Mercado Público, estamos
fazendo a nova agenda dos Vereadores e Vereadoras. Na sexta-feira, dia 1º de
abril, vou iniciar a agenda do mês de abril. Também estamos encaminhando as
reformas necessárias para o nosso quiosque no Mercado Público.
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Verª Sofia Cavedon; ilustres
colegas Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara e nos ouve pela Rádio
Web; hoje me pronuncio sobre dois Projetos. Um está na 1ª Sessão de
Pauta, de minha autoria, que tenta, através de um incentivo fiscal – é claro
que tem que sofrer as emendas dos colegas, as suas contribuições, a colaboração
do Executivo na sua execução –, fazer com que possamos, analogamente à Lei de
Incentivo ao Esporte, analogamente à Lei de Incentivo à Cultura, ter, no
Município, uma política nesse sentido. Vou discorrer mais exaustivamente ao
longo do processo, provavelmente numa próxima Sessão de Pauta, mas quero deixar
registrado o início desse debate.
O segundo Projeto, que o Ver. Dr. Raul veio aqui
discutir, e que eu acho fundamental para a Cidade, é o que inicia a solução dos
problemas da Saúde em Porto Alegre, que é o Projeto de plano de carreira dos
médicos. Nós sabemos que as demais categorias também já estão discutindo isso,
mas é um Projeto fundamental para que possamos, no Município de Porto Alegre,
ter e continuar tendo os especialistas mais gabaritados. Quero aproveitar este
momento – eu, que, muitas vezes, sou até veemente com as críticas - para fazer
um grande elogio à Secretaria Municipal da Saúde, que retomou as negociações
desse Projeto, abriu o diálogo a partir da Comissão de Saúde e Meio Ambiente
desta Casa, que esteve reunida em Sessão Extraordinária, na segunda-feira
passada, com mais de cem médicos presentes. A Secretaria, como se diz, se
apresentou ao processo e, realmente, retomou as negociações em cima desse
Projeto. Essa é uma situação que, se houve excesso, houve excesso do Sindicato;
se houve excesso, houve, em algum momento, do Município, mas o que a gente tem
que enaltecer e frisar é essa retomada das negociações. Acho que vai ser
benéfico para a Saúde da Cidade, vai ser fundamental para a categoria dos
médicos e vai ser mais importante ainda para o conjunto da sociedade. Existem
algumas situações nas quais nós vamos ter que avançar, já existem sinalizações
da Secretaria para algumas situações que podem ser aperfeiçoadas no Projeto, e
eu tenho, realmente, muita fé em que este Projeto vá ser a redenção de toda
essa situação que se prolonga há quase 30 anos, no Município de Porto Alegre.
Então, a partir daqui, nós vamos poder cativar os profissionais, aqueles mais
experientes, os mais especialistas na filigrana da especialidade, mantendo-os
no Município. Assim, vamos dar um grande salto de qualidade, Porto Alegre tem
condições e tem estrutura para isso, sendo, inclusive, um grande arcabouço para
o Estado do Rio Grande do Sul no que se refere à atenção em Saúde.
Como eu sempre digo e disse desde o início, de
todos os processos vinculados à Saúde, o início da solução do problema de Saúde
em Porto Alegre são os profissionais do Município de Porto Alegre, sejam eles
médicos ou não. Agora é a hora e a vez dos médicos, mas, certamente, virá a vez
das outras especialidades, dos outros profissionais, e, a partir daí, Porto
Alegre terá aquele plus a mais, sendo
redundante, nesta área da Saúde...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Vereador, prorrogo seu tempo por mais 30 segundos
para as conclusões.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Muito obrigado, Ver. Toni, com a mesma cortesia de
sempre. Eu quero enaltecer isso e quero convidar todos os Colegas a
participarem, amanhã, da viagem experimental com o barco que vai sair do Cais
do Porto e vai até o Lami, mostrando a viabilidade do transporte fluvial em
Porto Alegre. Vai ser a primeira reunião de uma Comissão desta Casa num barco.
Então, convido todos os Colegas, que já devem ter recebido o convite, para que,
amanhã, às 9h30min, saindo do Cais do Porto, participem. Certamente, vai ser
uma satisfação recebê-los lá. É fundamental que possamos nos congregar, para
atingir esse objetivo. Muito obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância e pela
cortesia que o colega sempre tem no trato com este Vereador.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Dr. Thiago.
Apregoo Ofício nº 267/11-GP (Lê.): “Senhora
Presidente: Ao cumprimentá-la cordialmente, encaminho a Vossa Excelência,
conforme prevê a Lei Orgânica do Município, no Cap. III, Dos Orçamentos, artigo
119, § 2º, para apreciação desta colenda Câmara, o Relatório de Atividades
desta Prefeitura Municipal; Balanço do DMAE, DEMHAB, DMLU, FASC, PROCEMPA e
CARRIS; Balanço da Administração Centralizada; Balanço Geral; Balanço da EPTC;
do PREVIMPA e da EPATUR, relativos ao exercício 2010. Atenciosamente, José
Fortunati, Prefeito”. Este Ofício encontra-se à disposição dos Vereadores na
Presidência e na CEFOR.
Apregoo Ofício nº 312/11-GP (Lê.): “Senhora
Presidente: Encaminho a Vossa Excelência a presente MENSAGEM RETIFICATIVA ao
Projeto de Lei nº 005/10, deste Executivo, que ‘Altera os artigos 35, 36, 62 e
65, os Anexos III, V e VI, todos da Lei nº 6.203, de 3 de outubro de 1988, e
alterações posteriores - que estabelece o Plano Classificado de Cargos dos
Funcionários do Departamento Municipal de Água e Esgotos, dispõe sobre o Plano
de Pagamento e dá outras providências -; cria a gratificação por exercício de
atividades operacionais no âmbito do Departamento Municipal de Água e Esgoto, e
dá outras providências’, para, na oportunidade de sua discussão e votação, dar
nova redação ao art. 14 (...) José Fortunati, Prefeito”.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
a Pauta. (Pausa.) Desiste.
Não havendo mais inscritos, encerramos o período de
Pauta. E encerramos, também, os trabalhados da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h55min.)
* * * * *